Notícia interessante: os partidos tradicionais da esquerda recusam conceder aos novos 3 partidos parlamentares tempo para participação nos debates. Mas na anterior legislatura concederam-no ao ecologista PAN, abrindo excepção aos regulamentos (ditos "regimento"). Foram então magnânimos, assim se sentiram. Não o querem ser agora, porventura porque não se defrontam com uma novidade paladina de "cães e gatos" mas sim com 3 afrontas ideológicas ao status quo. Mas isso, essa atitude discricionária de quem assim tanto mostra que se sente proprietário daquela casa, pouco vingará.
O relevante é que a anterior legislatura (4 anos) funcionou com uma excepção aos regulamentos, considerada aceitável e legítima. Mas mesmo assim os partidos - até o PAN, que beneficou dessa "magnanimidade", qual mimoso "pet" - não modificaram esses regulamentos. E que o Presidente da Assembleia, que agora surge como se voz avisada, não induziu essa alteração nem clamou publicamente pela sua necessidade.
Andaram os partidos e andou Ferro Rodrigues "a dormir na forma", como se diz no dialecto castrense? Ou, pelo contrário, bem despertos, a deixar "correr o marfim" para manterem o controlo, "corporativo", da casa de todos nós por vias da "pessoalização" hierarquizada das decisões? Aquilo do paradigma do favorzito nas decisões públicas, neste caso o tempo para falar no plenário, noutros aquilo que tanto se sabe? Pois esse é o paradigma dominante, "regimentos" frágeis, maleáveis ou contornáveis, decisões "magnânimas", "atençõezinhas", ou seja, "leis não aplicáveis literalmente" como defende Santos Silva?. Escolha-se a opção.
Ferro Rodrigues tem razão, agora paladino da equidade? Nada disso, quatro anos de silêncio é o que se lhe deve cobrar. Tarde piou, é o que cumpre dizer.