Debate PSD-BE: de súbito a coordenadora Martins vira-se para o presidente Rio e diz-lhe "o PSD ainda não apresentou um programa eleitoral". Desato-me a rir: um partido como o PSD avança para a campanha e seus debates sem ter um programa pronto!!! Mau demais para ser verdade. Um descalabro.
Debate IL-CDS: Uma peixeirada entre betos - o miúdo do CDS chega a disparar "você [este "você" ordinário, agora habitual entre os que ascenderam no "elevador social"] é muito moderninho". Depois disto espero que terminem as críticas à postura do prof. Ventura nos debates televisivos.
Vai uma grande discussão sobre a prisão perpétua (para pedófilos), como se fosse essa uma questão realmente importante no país ("full house" para Ventura). Costa e o PS surgem hoje (claro) a bater em Rio - no debate com Ventura - por este ter aberto a porta à reintrodução dessa pena. O PSD clama que é uma manipulação e Rio, no seu típico sarcasmo de twitter, diz que o acusarão de defensor da burka.
Sem rodeios, o PS não desenvolve o país e é urgente que saia do poder. E a questão da prisão perpétua é patética. Mas isso não conta neste assunto, e para tal basta (re)ver o debate: a partir dos 7'54'' Rio fala da questão. Diz que há 3 modalidades (inexistência, existência absoluta, perpetuidade ponderada a posteriori, "mitigada" como ele chama). A partir dos 8'29'' diz explicitamente: "Se nós estamos a falar da prisão perpétua ponto final parágrafo, vai para a cadeia nunca mais sai de lá até ao fim da vida isso nós somos contra...".
Disto retiram-se três conclusões, óbvias para quem não seja estúpido ou aldrabão:
1 - Rio diz que "se" for esta opção maximalista ele (e o seu partido) estão contra, o que implica que há uma outra opção de perpetuidade penal (a tal "mitigada") que aceitam - se não fosse isso não teria qualquer sentido a sua construção discursiva;
2 - Clara de Sousa demonstra ser manifestamente incompetente como moderadora pois interrompe-o (no meio de uma explanação que irá levantar imensa celeuma, e convocar a desculpabilizadora falácia da "falta de clareza") devido a um mero motivo de "equilibrar os tempos". É um momento abissal na carreira de uma jornalista televisiva, por mais simpática que ela me (nos) possa ser.
3 - As proclamações que hoje Rio e o PSD vêm fazer sobre o assunto, negando a aceitação da admissibilidade da prisão perpétua ("mitigada"), são um vil e rasteiro aldrabismo.
Em suma, para mudar que seja para melhor. E não será com isto.
Tem sido um ano duro, monótono, cinzento, sigo de facto quase confinado, nenhum projecto me avança, nenhum anseio realizo, vários parentes e amigos contaminados, outros isolados em casa por precauções sanitárias. Raiospartam tudo isto, que o ano nunca mais acaba...! Que venha o 23!