(Chagall, "Uma Família Ucraniana")
Ao seu "A Vida e Opiniões de Tristram Shandy" - que alguns vieram a considerar como fundacional da narrativa moderna - Laurence Sterne apôs como epígrafe um dito do grego Epicteto: "Não são as próprias coisas, mas as opiniões acerca das coisas o que atormenta os homens". E, ajuizadamente ou não, isso continua a perseguir-nos. E nesta época ainda mais se faz sentir.
Foi o que me aconteceu diante da publicação, na penúltima edição do "Expresso", de uma carta aberta - "Pela paz, contra a criminalização do pensamento" -, assinada por 20 indivíduos de renome. Escritores (entre os quais a galardoada Ana Margarida Carvalho), técnicos (entre os quais a médica e ex-activista política Isabel do Carmo), jornalistas (como Pedro Tadeu), artistas (como César Viana), universitários (como Soromenho Marques), militares (como Raul Cunha).