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Por estas bandas continua, um pouco mais em falsete do que há um mês, o queixume contra a NATO. Profissionais intelectuais - entenda-se, remunerados para ler e reproduzir o que leram - percorrem as vielas da internet clamando a malevolência da NATO (entenda-se, dos yankees e seus aliados). Desde a sedução actual sobre alguns países, que os levam a ilegítimos e até imorais anseios de a ela pertenceram - como poderá acontecer devido a derivas de ilegítimos governos, como o finlandês (diz-se) ou mesmo o sueco (para mero exemplo). E para sublinhar essa ôntica maldade afloram várias medidas dessa mesma NATO, desde o já XXI até décadas algo recuadas. No fundo há que acabar com ela - e alguns têm mesmo a desfaçatez de associar isso à proposta de instauração de uma "defesa comum europeia", sendo que se mostraram avessos a despesas militares e, mais ainda, muitos deles à própria União Europeia.
Enfim, meneios de clérigos hipócritas... Exemplifico: não é totalmente correcto mas poder-se-á dizer, sem eviscerar alguma verdade histórica, que a NATO é uma consequência da II Guerra Mundial, uma aliança dos "Aliados" ocidentais. Para estes intelectuais de agora tudo o que ela vem fazendo é criticável, é um mal em si mesmo. Mas a sua (deles) pertinência histórica - ou a sua profundidade de leituras historiográficas - termina em 1949. Pois são completamente incapazes de projectar esta crítica para períodos anteriores. Pois nunca nenhum destes sábios se lança a criticar a "proto-NATO" pela sua agressão ao Japão.
Pois, se usarmos o mesmo rombo crivo crítico que eles agora pavoneiam, poder-se-á dizer uma coisa óbvia: o Japão, aliado do Eixo, era uma potência local, necessitando do seu espaço. E estava rodeado de longínquas potências coloniais (ver mapa histórico, ilustrando a situação em 1939). Seria um nacionalismo teocrático e imperialista. Mas era um regime legítimo. E defendido pelo seu povo. Mas nenhum destes mariolas da crítica surge a criticar a guerra de então contra o Japão.
Porventura devido à influência formativa dos filmes de Hollywood. Ou então porque os instrumentos intelectuais que têm valem ... nada