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Nenhures

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Dia de (ainda mais) recordar os nossos mortos. Há quem reze, quem vá florir as suas campas, quem neles pense, até por eles chore. Quem faça por esquecer. E quem sorria à superstição do calendário ritual. Eu opto por uma breve e contida libação. Pelos meus ancestrais, pelos meus queridos e (até mais) por queridos dos meus queridos, esses demasiadamente ausentes.
 
A cerveja que verto escorre na terra, murmuro o devido "até já". E, velho e pó, comovo-me. Alquebrado mesmo, percebo-me...

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Durante anos escrevi sobre Sporting no blog colectivo És a Nossa Fé. Há uns meses deixei-me disso. E vou botando uns postais gastronómico-futebolísticos no meu Nenhures. Mas hoje a esperança não era muita - antevendo o resultado final -, e por isso jantei uma meras pataniscas congeladas (do Lidl, de boa qualidade e melhor preço) ombreando com um decente arroz de feijão, e uma mini (Super Bock, pois jamais Sagres - dado que a marca gozou com o Rui Patrício, nunca esquecer) antecipando água mineral.
 
Sabe-se que este Sporting é fraco e está atrapalhado. Hoje, ao contrário da insuportável ladainha dos patetas comentadores do canal Eleven, jogou bastante mal, constantemente perdendo a bola. Teve algum azar em duas lesões durante a primeira parte - mas estas fazem parte do jogo. E foi eliminado, como eu antevia. Aliás, já antes do campeonato começar eu botara que esta época seria para esquecer, a ver se acaba o mais depressa possível...
 
Alguns amigos riem-se e dizem que eu levo a bola muito a sério. Nem tanto. Acima de tudo o futebol (o Sporting, melhor dizendo) é um elixir da juventude. Rejuvenesce-me. Por exemplo, hoje deitar-me-ei quase uma década mais novo. Pois estou exactamente como estava em 2014 - quando num jogo decisivo da Liga dos Campeões o Sporting foi eliminado pelos alemães do Shalke 04, num jogo que foi uma roubalheira, culminando num penalti inventadíssimo. Tanto o foi que dois anos depois o director desportivo alemão veio dizer que aquilo tinha sido um escândalo...
 
Agora, 8 anos depois, outros alemães vêm jogar a Alvalade. E o veterano árbitro esloveno Slavko Vincic (um protegido do esloveno presidente da UEFA) rouba descaradamente este fraco, atrapalhado, nervoso, deficitário Sporting. Certo, não "damos" muitas para a caixa. Mas este sacaninha vinha mesmo com tarefa encomendada. E cumpriu. E assim me deito, como se com cinquenta aninhos acabados de fazer...

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Vejo este naco de programa do "Expresso" e fico estupefacto com a desfaçatez (justifica-se ver o breve trecho que liguei). O locutor, dirigente do PS, recupera o tópico de que Passos Coelho mandou os portugueses emigrar - algo que nasceu de uma sua resposta a uma entrevista sobre professores partindo para Angola (e outros países africanos). Eu na época era professor em África, muito me interessei sobre o assunto e fui ver o que o PM havia dito. E era a óbvia a deturpação que lhe faziam (sobre isso escrevi "Passos Coelho e a emigração dos professores", e "O novo mergulho do Tejo" - a propósito de Rebelo de Sousa ter "surfado" essa deturpação demagógica -, e um texto em que procurei analisar as razões de tamanha aldrabice generalizada, "O Emigrão").
 
Enfim, o que este tipo, dirigente do PS, agora diz na tv é uma vergonha: há uma década os portugueses eram obrigados pelo governo a emigrar, agora a emigração portuguesa é virtuosa. Mas é tão escandaloso, no conteúdo e na forma, que tive de ir pesquisar quem é este indivíduo a que o jornal "Expresso" dá voz. E nisso concluo:
 
eu tenho familiares e amigos simpatizantes do PS. E ao longo da vida conheci muitos simpatizantes, alguns militantes e até um ou outro dirigente da "nuvem socialista". E faz-me sempre imensa confusão como é que não têm vergonha disto, deste tipo de gente (e bem azedei nisso durante o longo socratismo). Não só por estas vergonhosas declarações. Mas também devido a quem se trata. Pois este demagogozito - que irá longe, não haja dúvidas -, chama-se João Torres, foi este ano eleito secretário-geral do PS com 93% dos votos. Ou seja, os simpatizantes, militantes e até dirigentes a que aludo são este tipo, aprovam-no efusivamente. E para além desta tralha que tem não vergonha de ir dizer ao "Expresso", este João Torres foi aquele secretário de Estado do governo anterior que quis contratar um seu querido e mui especial amigo, um viril capitão, como motorista pessoal. Coisa que o Exército terá negado, recusando o destacamento do seu oficial para tais funções, mas não posso aventar as razões para tal decisão.
 
É este rapazinho (à falta de melhor termo) que 93% dos "simpatizantes, militantes e até dirigentes" escolhem como secretário-geral adjunto. E aplaudem-no, apoiam-no. Nele confiam. Nestas asneirolas que diz na tv. E em tudo o resto...

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