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Nenhures

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Há alguns anos regressei ao Portugal. E nisso, após 25 anos, regressei à casa que fora paterna e ao meu velho bairro, os Olivais. Desde então, de vez em quando, fui blogando sobre a Junta de Freguesia, ocupada por um inenarrável conjunto de militantes do PS - pois não só é notória a sua incompetência executiva como o é, e ainda mais, a concepção patrimonialista e paternalista, vilmente anacrónica, que aquela gente tem do poder. E também porque de conversa em conversa se vão ouvindo episódios enjoativos das suas práticas - mas não se podem escrever, pois o vulgar freguês não tem provas. Enfim, lá fui resmungando com o estado do bairro sob a presidência da inacreditável Rute Lima (a cuja é também colunista do jornal da SONAE, o que mostra o tipo de gente que vem dirigindo o periódico). Pois apesar da descrença no PS ainda assim me espantava como era possível que um partido daqueles se atrevesse a descer tão baixo, promovendo gente desta laia para dirigir uma freguesia com mais de 30 000 eleitores no centro da capital.
 
Há 15 dias a TVI emitiu uma reportagem sobre as práticas da Junta de Freguesia dos Olivais, a qual por si só deveria ser letal. Mas nada se passou... Hoje emite uma segunda, ainda mais tétrica - isto vai ao ponto, entre outras várias coisas, de uma das vereadoras da Junta, a da Educação, ser diariamente abastecida de refeições distribuídas nas escolas para alimentar a sua família... Fazendo literal a velha expressão "tacho".
 
 
 

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"50 anos, 50 vultos" (de portugueses), é uma iniciativa comemorativa do cinquentenário do mais-do-que-nunca lisboeta jornal "Expresso" (Medina e Moedas são dois dos escolhidos, haverá maior lisboetice do que esta?). Os critérios são sempre subjectivos, e a direcção do Expresso é soberana nesta selecção - até porque não prejudica nada nem ninguém neste seu rol, pois dele não vem mal ao mundo.
 
Eu é que, hiper-sensível, me acabrunho um pouco mais. Pois não é que os jornalistas escolheram um punhado de vultos do desporto, devido aos seus cometimentos e aos seus impactos na sociedade. Mas estes dois não estão. Das duas uma: ou a malta do "Expresso" não percebe nada daquilo a que se propôs. Ou eu estou muito velho. Ou, pior ainda, "ambas as duas...".

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Na semana em que se cumpre um ano sobre a invasão russa da Ucrânia e na qual Putin discursa, ilegitimando este país e responsabilizando o "Ocidente" pela guerra em curso, dado  que "Tentaram arrancar as terras históricas da Rússia, o que é agora chamada de Ucrânia", enquanto brande a ameaça de utilizar armamento atómico, uma amiga - conhecida em Maputo - prefere enviar-me a ligação a uma "carta aberta ao presidente da República" emitida pela cidadã Sófia Smirnov (pelo nome presumo ser de ascendência russa ou de dupla nacionalidade). Na qual - tal como o PCP também faz - se insurge contra a condecoração atribuída ao presidente ucraniano, que vitupera como governante corrupto, agente de inúmeros crimes de guerra, cúmplice de militantes nazis, cabecilha de um Estado ditatorial e promotor de actividades criminosas.

 

 

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Custou-me mas já me habituei a isto de o corpo se ir tornando menos capaz - ainda que por vezes me surpreenda com alguns cometimentos havidos. Mas sim, foi-se impondo isto do calcanhar resmungão se em longas caminhadas, do arfar de fumador durante as escadarias, do esvaecer dentário, talvez pior ainda esta breve hesitação ao despertar, e mesmo do adormecer no sofá enquanto o Sporting joga, da parcimónia loquaz, já para não falar da crescente frugalidade à mesa - que a essa vou disfarçando com paleios gastronómicos - e até outras, próprias ao sossego desencantado do celibato perpétuo.
 
Mas que a mente feneça, no primado da desconcentração e, mais sonante ainda, na atrapalhação da memória? São muito mais assustadores os sinais, sinto-os como temidos sintomas. Nem digo isso de esquecer o nome do filme distraidamente visto na véspera, coisa normal desde há muito, ou do título do livro diante do "o que é que estás a ler?", pois faço-o a vários ao mesmo tempo, sei lá o que responder... Mas esquecer pessoas, não as reconhecer? A aflição instala-se.
 
 
 

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Num recente domingo soalheiro apetecidas razões familiares levaram-me a passear por Carcavelos. Não só junto à praia mas também pude conhecer o "campus" da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Nova - instituição estatal que, por razões que desconheço, se apresenta sob nome em língua estrangeira... Mas esse pormaior não me fez distrair do fundamental, reconhecer umas excelentes instalações, até me tendo permitido, apesar de leigo na matéria, a saudar a arquitectura daquela unidade. Algo que, ao que ali me constou por via de voz bastante bem informada, bem ombreia com a qualidade do ensino ministrado por um muito competente corpo docente. Imagine-se até que lá ensinam alguns antigos políticos, os quais, mesmo não sendo provenientes de uma carreira académica padronizada e - até ainda mais surpreendente - não sendo militantes do BE nem do MES, o fazem com notória excelência...
 
Enfim, depois de visitar com alguma delonga as espaçosas instalações, calcorreei as simpáticas imediações, um bairro residencial muitíssimo aprazível, pontilhado de uma adequada toponímia, como exemplificam a rua Carlos Lopes (o imortal campeão) e avenida Francisco Lucas Pires (um excelso político injustiçado por uma morte precoce).
 
 
 

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