À mesa a propósito do "Torna-Viagem"
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Memento mori, e na Páscoa... Ontem, durante trabalho longo e monótono, que não exigia a minha constante atenção mas sim presença, pus-me a organizar uma festividade, requerida pelo livro que (auto)publiquei...
Para tal fiz um "evento" no FB. Essa função "eventos" tem uma opção para os "convites" em que surgem todos os "amigos-FB" por ordem alfabética, algo que nunca vira. Percorri o rol das minhas ligações, para "clicar" nos nomes a convidar/informar - segundo critérios vagos, de conhecimento pessoal (ou digital), presumível interesse alheio, proximidade geográfica, fundamentalmente.
Mas nisso fiquei impressionado. Arrepiado até. Com o ror de pessoas nessa lista que já morreram, e falo daquelas que sei por conhecimento pessoal.
Não estou a arengar sobre este pântano digital, no qual as pessoas morrem deixando, inadvertida ou voluntariamente, a sua "pegada digital" póstuma ao dispôr alheio.
Falo mesmo de coisa bem mais importante e humana, nada digital: a omnipresença da morte, essa que - laicos e crentes - tanto fazemos por esquecer, por arredar da nossa vida. E que ontem, desta distraída forma, me inundou.
E assim, ateu que sou, arrepiado agora, a todos desejo uma Santa e esperançosa Páscoa
Aqui remeto para o artigo do renomado advogado Francisco Teixeira da Mota sobre a recente sentença do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. Na qual, mais uma vez, condenou o Estado português (e a sua Justiça) pela sua manutenção ilegal - frise-se, ilegal - das condenações por difamação. Tudo isto a propósito do caso que opôs Pedro Arroja (que escreve, sulfúrico diga-se, no Portugal Contemporâneo) a Paulo Rangel, o qual contra aquele intentara uma acção que colhera êxito nos tribunais portugueses. Abre hoje uma nova legislatura e é tempo de se exigir uma alteração na lei portuguesa, que aniquile esta vetusta jurisprudência.
Aproveito para recordar o que já aqui narrei: também eu fui alvo de um (para mim surpreendente) processo por difamação. Tendo-me insurgido contra uma inaceitável candidatura socialista ao Tribunal Constitucional, expliquei-me das razões para tal ira. Assunto ao qual voltei. Utilizando alguns argumentos (para além da experiência havida com esse estadista) que são perfilhados por influentes socialistas - como, por exemplo, o actual ministro da Cultura, Adão e Silva, como frisei aqui.
O candidato, depois de derrotado na Assembleia da República, colocou-me um processo. Uma muito ponderada procuradora aconselhou-me a evitar a ida a tribunal. Como aqui expliquei, desprovido de recursos financeiros para cooptar um apoio jurídico, que seria de longa duração, e desprovido de coragem moral para anos de choques em tribunal com um prócere do socialismo português, transformei a ira em úlcera e aceitei pagar uma quantia (200 euros) ao Instituto Português de Oncologia para encerrar a patética sanha do ex-governante. Espero, agora, muito sinceramente, que todos os colegas daquela - muito respeitável - procuradora leiam esta sentença. E que esta ilegal (repito) reclamação de "difamação", usada por socratistas e outros, seja expurgada da trapalhada jurídica portuguesa.
A propósito da minha (auto)publicação deste "Torna-Viagem" (o qual se pode encomendar na plataforma bookmundo através desta ligação https://publish.bookmundo.pt/books/366121 ), manda o já velhíssimo protocolo bloguístico que aqui expresse a minha gratidão aos parceiros bloguistas que o divulgaram, em termos gentis: o Luís Novaes Tito (LNT) do A Barbearia do Senhor Luís - que escreveu no Facebook -, ao Fernando Gil, do Moçambique para Todos, ao Samuel Carvalho no BigSlam. Gratidão alargada a um punhado de amigos e amigos-digitais que o referiram no Facebook.
Escrevo em blogs há 20 anos - antes no ma-schamba, e depois também no És a Nossa Fé, agora no meu Nenhures e no colectivo Delito de Opinião. Desde há mais de um década - ainda eu em Maputo - que amigos me desafiavam a publicar em livro o que ia escrevendo. Convenci-me, até ufano. Por isso fiz uma selecção e alguns deles enviaram-na a editoras que conheciam, por lá publicarem ou teres contactos. Não tive sucesso (uma recusa amável, por compreensíveis razões financeiras, o silêncio das outras, algo que me afiançam ser habitual). Agora, a um passo dos 60 anos, decidi publicar umas "memórias". "Presunção e água benta, cada um toma a que quer", e eu tomei a da ideia de talvez interessar a outros o que escrevi sobre o que vivi.
Retoquei uma centena de crónicas (de viagens e paragens), dois terços delas escritas em Moçambique, algumas sobre outros países onde trabalhei, o restante em Portugal no meu retorno após duas décadas ausente (e com algumas apropriadas lembranças dos Olivais). É uma espécie de "prova de vida"...
Ao volume chamei-lhe "Torna-Viagem" e publico-o agora através da plataforma editorial Bookmundo. O livro foi arranjado pelos meus amigos da TVM Designers e leva na capa uma fotografia da Fortaleza de São Sebastião na Ilha de Moçambique, feita pelo meu amigo Miguel Valle de Figueiredo.
A impressão do livro é feita apenas por encomenda digital, tal como a sua venda. Quem tenha interesse bastar-lhe-á "clicar" nesta ligação directa ao livro, colocada no nome, e encomendar o Torna-Viagem. Depois, como será óbvio, seguir-se-á o envio postal do(s) exemplar(es) comprado(s), que chegarão ao destinatário alguns, poucos, dias depois. Ou seja, o livro não estará disponível nas livrarias físicas. Nem haverá futuros monos, sobras destinadas à célebre guilhotina de livros.
Finalmente, aqui replico a sinopse que apus no livro: Chegando agora aos sessenta anos deixo neste "Torna-Viagem" algo como se uma autobiografia. Faço-o através de uma centena de crónicas escritas durante as duas últimas décadas. Sessenta dessas agreguei-as na primeira parte do livro, à qual chamei "A Oeste do Canal", pois escritas sobre Moçambique, nelas ecoando viagens por aquele país afora, alguns pequenos episódios — trechos do real — que senti denotativos das transformações ali acontecidas, e memórias de personalidades que conheci durante os meus dezoito anos de permanência. Em algumas outras recordo momentos vividos em países onde trabalhei. E as restantes três dezenas formam a segunda parte do livro, na qual deixo excertos deste "Ocaso Boreal", a minha actual aventura de retornado pós-colonial defronte à "pátria amada".
(Agradeço à equipa da SAPO o destaque dado a este postal - na sua réplica colocada no Delito de Opinião)
Os votos dos emigrantes ainda estão a ser contados, mas desde há dias que correm as mensagens - e agora já as notícias - aventando que o candidato Santos Silva não será reeleito. Se assim acontecer não só será simbólico da derrota socialista, que tantos querem mitigar em nome de um "empate" - por exemplo, a ex-ministra e actual responsável socialista Alexandra Leitão, no seu avatar "comentadora", há dias dizia isso na televisão. Mas será também uma derrota pessoal estrondosa, denotativa dos efeitos da clausura na "bolha" política. Santos Silva é um intelectual brilhante e eterno governante - foi-o sob Guterres, Sócrates e Costa -, tendo tido tutela em várias áreas políticas. Na última legislatura foi eleito Presidente da Assembleia da República, cargo que exerceu de forma pouco tradicional, pois tão enviesada, tamanha a forma estratégica como confrontou o CHEGA - de facto, o deputado Ventura. A forma como isso seguia o tacticismo do PS era evidente mas também o era ser um trampolim para se afirmar publicamente como "candidato natural" de uma esquerda "antifascista" à presidência da República. Coisa tão óbvia que até Ferro Rodrigues, seu camarada de partido e antecessor no cargo, veio criticar. Altaneiro, imprevidente até, Santos Silva aos dizeres críticos fez-se mouco, e há dois meses anunciava a sua disponibilidade para continuar a ser presidente da AR, evidenciando não estar a par do que se passava.
Essa sua arrogância teve um ponto alto. É certo que o escol socialista e a "classe média" PS - os governantes e os tonitruantes - sempre reclamaram nada terem sabido sobre o percurso de José Sócrates. Com ele ombrearam, a ele defenderam até à última - até mesmo quando regressado de Paris papagueava sobre Rimbaud ou perorava no ISCTE, (pela mão de um antropólogo...), maquilhando-se da "alta cultura", pela "esquerda" entendida como necessária a Belém. Mas depois, após a queda do ex-PM, entre essa sua rede reinou um longo e atrapalhado silêncio, naquilo do "à justiça o que é da justiça". Até àquele célebre final de semana em que Carlos César e João Galamba (para além da necessária Fernanda Câncio) surgiram em simultâneo demarcando-se do antigo secretário-geral, tornando-o assim lastro largado ao mar. Ainda assim continuou-lhes o silêncio substantivo, sem qualquer autocrítica, nem inversão de marcha ou mesmo mero atalho.
Silêncio que teve uma excepção, quando há três anos, Santos Silva veio, com o sarcasmo de quem se julga plenipotenciário, dizer-se tão "parolo" que nem sabia que havia outro Santos Silva (o celebrizado "bom amigo" de Sócrates). Ou seja, no fim de tudo isto, ainda veio gozar com o pagode, desrespeitar a (escandalizada) população... O único das lideranças socialistas que se atreveu a tamanha soberba. Como tal, a confirmar-se que não será reeleito deputado isso será muito, mas mesmo muito, agradável.
Mas não evita uma amargura. A nova grande bancada parlamentar eleita parece assustadora, e muito para além das proclamações políticas mais imediatas. O rol das declarações pretéritas de vários eleitos do CHEGA mostra-os ultramontanos, um anacronismo. Para além disso, a bancada aparenta conter - a fazer fé nas fervilhantes mensagens que cruzam o "éter" (como se dizia no tempo em que vingavam algumas das atoardas defendidas por vários dos tais neo-deputados) - uma percentagem de indivíduos nada recomendáveis, alguns mesmo infrequentáveis. Algo verdadeiramente inverso ao anúncio Cheguiano de que é preciso "limpar Portugal"... E isto prenuncia algo: ou na próxima legislatura o CHEGA (apesar dos seus 50 deputados) continua a ter apenas a voz de Ventura, truculenta que seja mas hábil. Ou então falam vários e os dislates (e acima de tudo os "esqueletos") tanto espantarão os eleitores que aquilo implodirá...
Finalmente, o "Guardian" tem uma "reportagem" - de facto, uma recolha de declarações - sobre as eleições portuguesas. O mote é o das reacções das "minorias" face ao crescimento do CHEGA. A síntese é simples, há um milhão de racistas em Portugal. Evalina Dias, da Djass - Associação de Afrodescendentes, é liminar nessa perspectiva. Mas também afirma algo significativo: "não tínhamos ideia de que havia tantos racistas em Portugal. É como se estivessem escondidos." Eu concordo que as "minorias" - e também as "maiorias" - devem estar preocupadas com a ascensão desta extrema-direita, não tanto por derivas legislativas ou administrativas mas pela formação de um ambiente de práticas avulsas, uma hipotética vaga de turbulências avessas ao mito dos "brandos costumes" lusos. E será importante não reduzir o CHEGA a "racismo", pois muitos outros factores impulsionaram a vontade da tal "limpeza de Portugal".
Mas o importante é notar a surpresa patenteada por afinal haver tantos racistas... Ou seja, quando há alguns anos o demagógic0 partido LIVRE (do professor Rui Tavares) lançou a campanha de que "Portugal é um país racista", essa generalização do racismo nacional não era matizada, deixava-se a ideia da sua universalidade. A reacção popular foi francamente negativa. A furibunda deputada desse partido de ex-comunistas, entre loas e mentiras (um célebre discurso em comício pós-confinamento no qual afirmou que a polícia não investigava um assassinato, ainda que 8 indivíduos estivessem presos há já meses, por exemplo), clamava ser criticada por ser negra - apesar do palco que a ávida imprensa lhe dava. Outras deputadas negras não reclamavam isso, uma influente ministra da Justiça negra também não, o próprio primeiro-ministro, com ancestrais indianos (ainda que o estatuto social dos goeses católicos/brâmanes sempre tenha sido algo diferenciado), também não - apenas, anos depois, quando amuou com os professores, verdade seja dita.
Ou seja, os custos sociais dos dislates do (agora vitorioso) partido LIVRE, a aversão que colheu a sua demagogia afirmando um "Portugal, país racista" - em vez do crítico "Portugal país com racismo" -, ou a da proclamação do apartheid em que vivemos, como clamava o socratista Miguel Vale de Almeida., - em vez de incentivar a efectiva e gradual, ainda que defeituosa, inserção dos imigrantes e seus descendentes nos serviços públicos - estão agora à vista. Não se trata de exigir humildadezinha, respeitinho, chapéu torcido nas mãos, a quem pugna pelos seus e nossos interesses. Trata-se de arrenegar a demagogia, o agit-prop dos nostálgicos da "revolução", proletária antes, interseccionalista agora. Demagogia que tem, em alguns momentos históricos, estes efeitos. Contrários. Pois quem semeia ventos, colhe tempestades, como diz o velho ditado ... sim, próprio de um povo de navegadores, desgraçados marujos, paupérrimos pescadores, quantas vezes truculentos saqueadores.
Ilustro desta maneira: uma coisa é defender a radical liberdade individual nas opções sexuais, existenciais. E a total liberdade artística. Outra coisa é ver num qualquer ecrã um prostituto (estrangeiro, ainda por cima) entrar em cuecas, armado de um par de implantes mamários - como se mamas sejam sinónimo de "mulher" -, interromper aos gritos um espectáculo teatral numa instituição estatal, em nome da exclusividade da sua "identidade", exigindo um emprego em cena. E ver que a instituição estatal lhe dá razão! Pede desculpa e consagra que alguém transgénero só pode ser representado por um seu "semelhante", sacralizando isso das "identidades". E ver ainda alguma "minoria" intelectual a louvar isto - ainda que, já agora, o dito brasileiro preferisse, como logo veio dizer, ir ao futebol com o namorado pois o teatro aborrece-o.
Quantos milhares de votos "custa" uma patetice destas? E as outras...?
(Postal para o Delito de Opinião)
Cada vez menos leio ficção ou poesia. E vou lendo estas colectâneas do passado, crónicas ou (é este o caso) textos de opinião - a quem o novo cânone chama também "crónicas". Descubro agora nas estantes este "Rumor Civil", uma colecção de textos de Nuno Brederode dos Santos (1944-2017), publicada pela Relógio d'Água em 1990. Com ele cheguei a privar, escasso convívio intermediado por amigo comum em já enubladas noites no "Procópio", onde ele era figura predominante. Eu ainda jovem, cabelo azeviche, talvez exageradamente radical pois pouco atreito àquele que já então considerava um apparatichk das letras, ele já bastante velho - mais novo do que eu sou agora... Brederode era um fazedor de opiniões, colunista afamado do "Expresso" quando isso era relevante, fervororo paladino socialista, e disso tinha o perfil e o teclado. Escrevia bem e era caústico, alinhado mas caústico, justiça lhe seja feita. E culto, nota-se na leveza - por vezes irónica, outras sarcástica, mas também sensível - com que deixava transparecer o percurso de leituras havidas.
Esta colecção abarca de 1985 a 1990, o primeiro quinquénio do "cavaquismo", e é nisso muito interessante, fazendo recordar o acinte de então. E se alguns textos envelheceram por "de ocasião" em demasia, outros são relevantes por demonstrarem o ambiente cultural (e de cultura política) daquela época, e que tanto persistiu e persiste. Por exemplo, foi de Brederode o abjecto elitismo do "socialismo" maçónico - tão continuado pelos adeptos PS até ao final do mandato de presidencial de Cavaco Silva, e que continuam a repetir em formato avatar, sem pudor e sem abdicarem da caraça "esquerda" - "foi fácil tirar o homem de boliqueime, mas agora não conseguem tirar boliqueime do homem" (121). E é até engraçado ver como em plenos finais dos 80s o reaccionarismo da "esquerda" encartada era tão impante que lhe aplaudiam um texto aviltando a CEE por regulamentar a criação avícola - hoje o homem seria lapidado como CHEGA pelo PAN, mas será conveniente recordar que aquela década foi a da disseminação europeia da sensibilidade política ecológica... mas que no "Portugal da CEE", à Lisboa que abominava "boliqueime" e lia o "Expresso", isso ainda não tinha chegado.
Mas não quero exagerar os remoques diante do livro. Pois ele é precioso não só no que denota como também no que explicita e recorda. Como quando Brederode aponta os que então queriam controlar o acesso às fotocopiadoras, por serem uma tecnologia estratégica... Parece-nos ridículo, agora, essas preocupações em finais dos anos 80s, dos descendentes dos tempos da "outra senhora", os antepassados do socialista José Magalhães, coisas de que nos esquecemos...
Mas mais interessante será recordar, em particular aos agora adeptos do PS, o que dizia em 1987 o socialista Brederode dos Santos no "Expresso". Tão interessante que deixo a longa citação: "Aquilo que, de 1985 [eleição de Cavaco Silva] para cá, mudou foi o modelo de relacionamento entre o poder político e o poder económico - que passou do piropo avulso e do apalpão furtivo a algo de qualitativamente diverso que nos ameaça com a mancebia incestuosa. (...)
Não foi a corrupção que nasceu: já havia. Não foi o compadrio incidental deste alto funcionário ou daquele político - já havia também. Foi a descoberta, por alguns dos grupos económicos que ganharam entretanto peso e dimensão, da lógica e da valia instrumental dos lobbies: é possível antecipar, inflectir, protelar ou impedir as decisões políticas por forma a melhor corresponder aos nossos interesses. Mais vale uma boa cumplicidade política do que um bom investimento. O jogo é legislativo, administrativo, contabilístico - mas nunca económico, que é do interesse geral. Por isso o lobby não é desenvolvimentista, mas apenas corruptor. Por isso o lobby não visa criar riqueza, mas apenas distribuir melhor em seu proveito aquela que já existe. O lobby parasita o Estado e o património público, tal como o fazia o empresário afilhado da ditadura..." (114-115).
Para Brederode dos Santos a "esquerda" - entenda-se, principalmente o PS - era virtuosa e a "direita" vil, presa ao "populismo" de Cavaco. Que o PS estivesse incrustado na administração das participações (económicas) do Estado e, então, na governação do "boom" macaense não surge nesta colecção de textos, assim parecendo que irrelevante para o autor. Alguns anos depois deste textos, lá para 1995, deixei de comprar o "Espesso" como então se dizia, não mais acompanhei os ríspidos (vénia) textos do autor. E depois emigrei, deixei de seguir o seu percurso. Não sei assim se alguma vez ele veio a abandonar esta dicotomia, virtude vs vilania, se conseguiu "tirar boliqueime de dentro dele próprio", por assim dizer.
Mas sei uma coisa, os seus camaradas de partido e os seus sucessores na produção de opinião não o leram. Ou, vá lá, não acreditam nele.
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