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(Postal para o Delito de Opinião)
Há uns dias o Pedro Correia deixou aqui um postal referindo que uma simpática leitora do DO lhe confidenciara o seu desagrado pela utilização de palavrões neste blog. Acontece que por vezes eu me liberto da tenaz que a minha irmã e a minha filha constituem e deixo correr a "linguagem de rua" - serei o único a pecar entre os prezados (e educadíssimos) co-bloguistas, talvez haja algum comentador (mais ou menos anónimo) que me acompanhe nesse rumo de franqueza popular, assim também maculando o belo blog.
Ainda que ateu, penitencio-me por esses erros, advindos de graves falhas de personalidade. Pois quando vejo coisas como estas, isto dos deputados do PCP António Filipe, Paula Santos e Alfredo Maia (este último um tipo que foi durante uma década presidente do Sindicato de Jornalistas, o que imenso diz da "classe") não só recusando acolher com aplausos os visitantes parlamentares ucranianos mas, mais do que isso, dando-lhes as costas - não se trata apenas de uma recusa simbólica de aplauso, uma posição política, é mais do que isso - ocorrem-me alguns termos desagradáveis às simpáticas leitoras do DO.
E ocorrem-me outras coisas, neste perigoso registo de associação de ideias: um presidente da república estrangeiro, o ucraniano, é convidado a discursar na Assembleia da República. E um funcionário parlamentar deixa-se em dislates públicos apoucando o convidado e a situação. E nisso afrontando o órgão de soberania no qual trabalha. "O que é isto, então agora o pessoal menor tem estas atitudes?" dirá, curialmente, qualquer simpática leitora do DO. Eu, desse António Filipe, disse e digo outras coisas... E lembro-me do escritor comunista Mário Carvalho ("ai que belo escritor", dirão logo as educadas leitoras do DO) a clamar que os tipos das redes sociais (eu e outros) que associavam o PCP a posições pró-russas eram pagos para isso. E a filha dele, também escritora, choramingando junto ao Boaventura, ao Soromenho Marques e outros que tais, que eram "perseguidos", "censurados" e até "criminalizados" por serem inteligentes, iluminados e, nisso, ditos algo russófilos. Ou seja, o Mário Carvalho pode dizer que eu sou uma puta, perdão, prostituta, e alguns outros também. Mas é a linguagem de rua que ofende, não o putinismo abjecto desta gente. E portanto eu não direi palavrões, não digo o que penso desse António Filipe, dessa Paula Santos, mais desse outro qualquer. E do Mário Carvalho e da sua velha pirralha. Para não ofender as senhoras...
Como também não digo o que penso dos democratas-cristãos, esses do zombie CDS, que muito apreciam Putin porque sabe distinguir homens de mulheres. Porque, como se sabe, os gajos do CDS são muito avessos a essas coisas da homossexualidade. Estes "gajos" (enfim, autocensuro-me assim...) não têm vergonha na cara.
Pois o problema, real, é o da "linguagem de rua". Não este lixo humano.
Começou esta semana a Primavera 2025. Muito a saúdo! ("Quantas mais haverá, Zé?", pergunta-me o Zé. "Hmmrrhmm!", respondo-lhe. Ele, o Zé, concorda, e sufraga-me num "Hmmrrrhhmm!").
("O Senhor Morgado", Adriano Correia de Oliveira)
Hoje num postal lembrei esta canção - "O Senhor Morgado", letra do Conde de Monsaraz, música de José Niza - cantada pelo grande Adriano Correia de Oliveira. Está no LP "Gente de Aqui e Agora". A canção é uma pérola, ouço-a desde muito muito menino - o disco é de 1971 e desde então cá em casa, comprado, ouvido e trauteado pelos meus pais. E também eu a trauteio, ainda hoje..., o que é forma, sim, de os recordar.
Adriano Correia de Oliveira - "o Adriano" - era daqui. Vivia nos Olivais, a sua mulher Matilde era amicíssima da minha mãe Marília, a sua belíssima filha Xuxu, uns anos mais nova do que eu, era um encanto - como a sua mãe o era, já agora - e decerto que ainda o é, ao seu puto mais novo não conheci, petiz em demasia para nele ter atentado. Tal como o meu pai, o Camarada Pimentel, "o Adriano" era do "Partido". Mas à sua maneira! E nisso imensamente maior do que a vida, sabendo, cantando, e vivendo o abissal disto tudo. Morreu já velho, pensei naquela altura dos meus 18 anos, um miúdo de 40 anos, digo-o agora.
Cá no bairro deram o seu nome a uma escola primária ("básica" chamam-lhe agora, como se isso não fosse um paradoxo). Foi bonito! Às vezes vou lá à porta - sempre em justa e prazerosa tarefa, sexagenário acorcundado esperando stôra, "seja Deus Louvado...".
(Presumo que a fotografia seja de Nuno Ferreira Santos)
Nós, os adeptos de futebol, somos cruéis. Na impiedade com que avaliamos - julgamos - os desempenhos dos profissionais. Na impetuosidade com que deles nos apropriamos para os nossos escapismos, quais catarses - para os nossos afectos, mesmo paixões, mas também para as raivas, até ódios. No despudor com que os usamos como matéria-prima para significar a realidade, despersonalizando-os como meros lexemas. Disso brotam enunciados dogmáticos que esclarecem o Universo: "Divino como Vítor Damas", "Belo como Jordão", "Demoníaco como Alberto", "Tosco como José Eduardo", diz no já muito usado missal da congregação que frequento. Corolário desta religiosidade popular emanou uma teologia, ecuménica, que à totalidade dá sentido, cuja liturgia se expressa em idioma próprio, sacro, apenas verdadeiramente cognoscivel pelos iniciados: o futebolês.
Foi nesse registo - cruel, repito, até desrespeitoso para com o aludido, e isso lamento, pois assim pecaminoso (mea maxima culpa, aliás "fiz penalti") - que em 4.1.2023 usei o bom nome do profissional Jorge Silas para significar Luís Montenegro, a este dizendo um evidente "erro de casting", uma má contratação, por assim dizer. E, na soberba do verdadeiro crente, insisti, em 28.9.2023, no púlpito pregando que "é já óbvio que Montenegro é uma espécie de Jorge Silas - o treinador de futebol que o Sporting contratara, crendo-o e anunciando-o como "the next big thing". E que veio a falhar rotundamente, por causas próprias e alheias".
Espero que Jorge Silas - o qual me afiançam ser um homem decente e um honestíssimo e empenhado profissional, e ao qual desejo felicidades pessoais e sucessos laborais - me perdoe esta atrevida metáfora, se dela tenha tido ou vier a ter conhecimento. Não era algo pessoal, apenas a ladainha litúrgica a que acima aludo, cativando o que era consabido: as coisas no Sporting não lhe haviam corrido bem, acontece... E que era evidente que as coisas no PSD não iriam correr bem sob alguém com aquele perfil - o que não "acontece...", a política não é um jogo, não há "lesões" e "bolas à trave" ou "árbitros". Pois o futebolês tem imensos limites... teológicos.
O rumo de Luís Montenegro nas últimas semanas é ... denotativo do seu perfil, político. O qual é evidente, desde que assomou. A sociedade portuguesa actual já não é a do tempo dos caciques - da prevalência de "O Senhor Morgado" do Conde de Monsaraz, que o grande Adriano Correia de Oliveira cantou. Pois esta já longa democracia é a era dos "facilitadores". Montenegros. Há atrevidos que consideram ser este país uma espécie de "PME" e que por isso lhe basta um líder "facilitador". Mas não é, tal como não é um quartel ou fragata, tropa pronta a perfilar-se diante de um oficial general.
E ontem, aquilo que se passou na AR - um Primeiro-Ministro, seu governo e seu partido em míseras artimanhas, avanços e arrecuas, na arrogância do "bluff" com canino rabo entre as pernas - foi uma vergonha. Espero que calamitosa para uma "geração" partidária. Essa que agora se desdobra e desdobrará, comentadeira ou pomposa, a clamar ser alheia a "responsabilidade" desta trapalhada. E a qual não tem qualquer desculpa, estava desde há muito avisada: em 8.5.2023 um tipo que não é esquerdista tinha avisado - e a propósito do mesmo fluxo agora explodido - que o rumo de Montenegro era (e é, como se comprova) o de "Sócrates Vintage".
E não tem desculpa, essa "geração" partidária, porque é ela própria apenas isto. Um negrume. Agora o de Montenegro. Amanhã o de um outro qualquer "facilitador".
Espero, sinceramente, que a "moldura humana" não os deixe, sequer, "ir a penalties"...
O Sérgio de Almeida Correia fez o diagnóstico correcto do campeonato. Estamos a metade da primeira volta e isto está nivelado por baixo. Os plantéis estão fracos - há evidentes dificuldades em contratar no estrangeiro mas o pior é o lamentável estado das "academias", há demasiado tempo que os clubes não apostam na "formação"... E os treinadores não convencem. Com excepção do "milagreiro" do CHEGA F.C., qual Meirim ou Jaime Pacheco desta era, exímio cultor da táctica da biqueirada para a frente e do "passa a bola mas não passa o homem", bem adequada ao seu "grupo de trabalho", e que se vai aguentando na luta pelos "lugares europeus". De resto, poderemos ressalvar o trabalho do prof. Tavares, que vindo dos quadros da FPF, tem segurado o Académico LIVRE através de um silencioso "catennacio", o qual aparenta vir a garantir-lhe a manutenção primodivisionária.
Quanto ao resto parece evidente o desajuste: Paulino, promovido do Desportivo de Beja para o Fofó PCP, está condenado à descida e só manterá o lugar no banco devido às consabidas dificuldades financeiras da popular agremiação, assim impedida de entrar nas sempre custosas rescisões contratuais. Entretanto a aposta no futebol feminino não está a vingar. Já nos grandes grassa a desconfiança entre as "massas adeptas": "Monty" teve alguns bons jogos nas competições europeias mas a sua equipa é irregular, perde demasiados pontos, principalmente no seu reduto Espinho. Além de que tem imensos problemas disciplinares e segue sem o carisma, a rusticidade, para os suportar - pois não é Sérgio Conceição quem quer e a este falta-lhe o veemente apoio de Marcelo Pinto da Costa. Colado, com um jogo a menos, segue Santos, o "engenheiro do tenta", a impor um futebol triste, sem magia. E, pior, "sem golo".
No início da época entusiasmei-me e entrei em despesas, comprei um lugar cativo para acompanhar o Clube Estoril Liberal. Mas tem chovido imenso e não tenho ido aos jogos... Entretanto amigos mais atentos dizem-me que a equipa parece estar a jogar para ir a penalties.
Em suma, urgem as chicotadas psicológicas...
(Massinga, Inhambane, Moçambique)
1. A CPLP é um eixo fundamental da política externa portuguesa - ou, pelo menos, assim é referida.
2. Moçambique é o terceiro país mais populoso da CPLP.
3. Moçambique está numa situação política complexa, após (mais) umas eleições que colheram a suspeição quanto à sua fiabilidade. As quais conduziram a um novo presidente e um novo governo. Que continuam a ser contestados pela oposição real.
4. Em Moçambique o actual governo/poder expurgou-se de ligações com o anterior governo, por alguns considerado criticável. Afiançou-o no seu programa televisivo, saudando um "novo ciclo", o administrador de empresa Paulo Portas - antigo jornalista, antigo político, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros.
5. Há poucos dias em Maputo uma manifestação pacífica (e festiva) do real líder da oposição Venâncio Mondlane foi violentamente reprimida pela polícia. Houve mortos e feridos, inclusive de uma pessoa que ia na viatura desse candidato, e algumas crianças. As imagens foram transmitidas em directo, não deixando dúvidas sobre o acontecido. Nem sobre a intenção assassina que suportava a acção policial.
6. Neste fim-de-semana Daniel Guambe e Rafael Sitoe, dois reconhecidos militantes do movimento oposicionista foram assassinados em Massinga, na província de Inhambane. Tinham 28 e 21 anos, respectivamente.
7. Ontem, domingo, no programa televisivo semanal do antigo político, antigo jornalista, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e actual administrador de empresa, Paulo Portas, não houve qualquer referência a Moçambique, o tal segundo país mais populoso da CPLP.
8. Antes da intervenção televisiva do administrador de empresa Paulo Portas, incluída no telejornal da TVI, foram emitidas declarações de Voltaren, Continente, McDonalds, Intermarché, Worten, Volkswagen, Easy Jet, Vodafone, Audi, Mercedes, Cetelem, Pizza Hut, Multiopticas, Bleu de Chanel, Sensodyne, Rhinomer, Hyunday, Mickey 17, Pantene, Nissan, Wells, KitKat, Nivea, Securitas, Pingo Doce, Renault, Parodontax, The Fork, Burger King, Radio Popular, Colgate, Lilly, Corega. Decerto que solidárias com o conteúdo do transmitido.
Como preâmbulo: no "Observador" Paulo Dentinho deixou um bom artigo, "O tempo dos autocratas", breve resenha do que se passa. Deixo excertos: "Aos poucos, estamos a assistir à ascensão de regimes iliberais, onde a fachada democrática se mantém, mas esvaziada dos seus princípios essenciais. (...) Orbán reivindica Budapeste como a capital do iliberalismo e a sua “democracia iliberal” é hoje um modelo exportável. Tem seguidores em vários outros países europeus. Mas não só.
Com o seu modelo, o Estado e as suas instituições são capturados a pouco a pouco. A separação de poderes desvanece-se, torna-se aceitável: o parlamento é quase irrelevante, a justiça dobra-se. A imprensa é vilipendiada até só sobrarem os jornalistas amestrados. (...)
Os imigrantes são, normalmente, bodes expiatórios, as organizações internacionais e o sistema global de alianças é desprezado. As elites empresariais alinham-se. E no centro de tudo, o culto do líder.
Com maior ou menor dose, Modi e Erdogan fazem também parte da lista. Já em Moscovo, Vladimir Putin tem um sistema ainda mais aperfeiçoado.
Na Rússia há eleições, mas só para validar resultados já decididos. Putin não governa, domina o exército, a justiça, os oligarcas, os serviços secretos, a imprensa, a justiça. Tudo. O modelo é claro: não se cala a oposição, alguma é mesmo tolerada por ser cúmplice. Mas eliminam-se os opositores não desejados. Simples.
E agora, os Estados Unidos. Nesta segunda presidência de Donald Trump há já alguns sinais reveladores. Internos e externos. Ambos exercidos com dose significativa de brutalidade.
Internamente, há uma obsessão em controlar a justiça e a comunicação social. Externamente, o alinhamento com Vladimir Putin é uma simples constatação. O presidente americano já não fala da Rússia como uma ameaça, mas como um parceiro. Desfez as alianças tradicionais. Não negoceia. Impõe. Distribui taxas alfandegárias como uma espécie de punição a uns, e ameaça com elas vários outros antigos aliados da América.
A ascensão dos autocratas não acontece por acaso. Deriva da crise do modelo liberal-democrático, da ausência de resposta ao crescimento das desigualdades, do ressentimento com o sistema político, da percepção real ou empolada da corrupção das elites.
Os autocratas detetam as falhas, oferecem respostas simplistas, frequentemente demagógicas e populistas: um inimigo, uma promessa de grandeza e uma narrativa em torno de um líder capaz de restaurar a ordem.(...)".
Neste contexto é interessante ver as reacções do pequeno bando de fascistas portugueses entusiasmados com o ressurgimento de Trump. Há neles duas dimensões: por um lado afirmam-se nacionalistas - e muito do que escrevem deriva, explicita ou implicitamente, da sua sanha contra a União Europeia que, dizem, põe em causa a "Europa das Nações", a estas dando primazia, essencial, ôntica, até sacra. E é relevante que nesse eixo de entendimento saúdam, até efusivos, as políticas económicas de Trump porque serão boas para os EUA. Glosando a velha frase - que é verídica e não crítica - assumem que "o que é bom para a General Motors é bom para os EUA". Mas, dado o seu reiterado "nacionalismo", é evidente que dela retiram um silogismo: "o que é bom para a General Motors é bom para os EUA e como tal é bom para Portugal". Ainda não vi escrito o raciocínio económico - que não o político, social, cultural ou religioso - que sustenta esta conclusão. E este é exigível, exactamente por os locutores se reclamarem - se fundamentarem - no tal seu arreigado nacionalismo. Quero fazer-me entender: não reclamo uma justificação de teor político, tipo "nós (governos portugueses, "europa") temos más/custosas políticas". É mesmo económico - assente em visões de curto, médio ou longo prazo. É que se não houver essa abordagem, todo este apreço "nacionalista" pelo anunciado rumo económico americano e seus hipotéticos efeitos em Portugal assenta numa aversão aos interesses económicos portugueses. Uma traição, intelectual que seja. Ou, dado que o termo "traição" caiu em desuso, tornado até anacrónico, é uma convocatória para a resposta: "estes tipos que vão para a americana que os pariu".
Há uma outra via que sedimenta os apreciadores deste influxo autocrático. Está esparramada noutro texto do pluralista "Observador", do nosso José Meireles Graça. Onde opta pelo registo "É para um amigo..." - e sou particularmente sensível a esse rumo pois também tenho alguns amigos, um pequeno ramalhete, que assim seguem. Nesse texto identifica-se o apreço por Trump e quejandos como suportado numa "guerra cultural", contra o politicamente correcto (dito agora wokismo). Esse sobre o qual o democrata Pedro Correia escreveu "Tudo é Tabu", interessantíssimo roteiro sobre as aleivosias do extremismo "identitarista". Pois para aquele "amigo" - e para a fileira destes "amigos" - é tamanha a angústia diante dos discursos das minorias dos que têm ansiedades sobre as respectivas genitálias, dos esparvoados académicos que querem "denunciar" a história, ou dos radicais racialistas, ditos "identitaristas", que preferem apoiar gente como Putin. Pouco importa que este seja um ditador assassino, cleptocrata e imperialista. Pois é defensável dado ser presumível adversário do conteúdo do programa da disciplina do ensino secundário "Educação para a Cidadania" - que estes seus mais ou menos tímidos apoiantes, já agora, nem sequer conhecerão, apenas lhes disseram que é um espaço onde ensinam os rapazolas a enrabarem-se uns aos outros.
E nisto tudo, para além da abjecção de se andar a botar elogios a um ditador como Putin, invectivam-se os críticos de Trump - nós estúpidos (quiçá até um pouco wokistas) porque ficamos presos a análise do seu perfil moral e intelectual e não aos presumíveis ganhos das suas políticas (os tais interesses americanos imaginados como se portugueses fossem...). Pois não é um questionamento político aquele que fazemos, será apenas ligeireza "pessoalista". Neste peculiar eixo de entendimento do que é "política" é saudável, pois anti-woke, que o presidente do mais relevante país grunha "ninguém ouviu falar do Lesotho" e à sua volta todos ululem gargalhadas. E que se louve por ter cortado apoios à pesquisa sobre "ratos transgénicos" , e mais gargalhem. Pois tudo isso, os lesothos e os ratinhos de laboratório e tantas outras coisas, é entendido como "wokismo" - o que é ainda sublinhável por provir de gente que não se coíbe de contestar a "investigação científica" "financiada". E que tem a ufana incultura de o ... escrever.
De facto, isto é puro grunhismo. Não o do Trump. Não o do (refinadíssimo) Putin. Mas o dos "amigos...". E é um grunhismo fascista. Desavergonhado.
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