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Nenhures

Nenhures

28
Mar20

Os dias do COVID (21): o meu ponto de ruptura

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gripe espanhola.jpg

(Texto meio-desconexo em registo diarístico. Ou seja, blog:)

1. Saio na alvorada, após as 3 ou 4 horas de sono que vou tendo. Aqui na quinta aquém-Tejo as nêsperas estão a despontar, colho laranjas,  uma ou outra tangerina, limões para a limonada. Passeio sobre o orvalho. Fumo em jejum e fujo à introspecção. Depois tento escrever um trabalho que me é infinito e será infindo, leve-me ou não a gripe. Ensaio projectos que nunca farei - nem nunca teriam os parcos financiamentos que exigiriam, pois quem quererá antropologias agora, no futuro que aí vem? Procuro ler, o de tudo um pouco que trouxe. Mas a mente salta, leva horas a estacionar, nada avança. E resmungo o mundo, resmungo-o no tom superficial, esse que é o adequado ao (meu) bloguismo, procurando espantar os temores. Resmungo as delongas havidas nas medidas sanitárias no meu país, esperando estar a exagerar seus efeitos. Resmungo os delírios da "nova direita" internacional, mergulhada num ideário que irá custar imensas vidas e - também - mais desastres económicos. Resmungos apenas blogais pois não sou intelectual comentador - e agora tanto me dariam  jeito uns trocos avulsos para as contas domésticas, e assim desnudo-me na inveja que tenho desse dinheiro fácil da opinação. 

Mas, de súbito, choco com versões, discursos, que me são ponto de ruptura. Pois iro-me, na vontade do abismo abaixo dessa perfídia alheia. Diante desse desrespeito, malévolo. Se desonesto se irracional nem julgo. Nem apupo. Apenas desembesto. Aqui. Minha forma de sobreviver.

2. Desde meados de 1918 a "gripe espanhola" devastou mais do que a hecatombe da Grande Guerra, entre 20 a 30 milhões de mortos. Também em Portugal - uma das minhas bisavós foi vítima. Durante as comemorações do centenário do armistício apanhei este cartoon numa bela exposição sobre a I GM na Bélgica.  É notável a sua legenda: "Podendo viajar porque espanhola, ela não se poupa: é a gripe "globe-trotter!...", caricaturando a sua chegada à fronteira belga neste formato torero. A mensagem era explícita, anunciando o que agora se diz pandemia, a sua origem e o seu modo de disseminação. E denotava o contexto político de então: a "espanhola", e este toureiro que a ilustra, podia viajar pois a Espanha mantivera-se neutral na I GM.

Sabemos hoje que a gripe de 1918-1919 não teve origem em Espanha. Porventura brotou nos Estados Unidos. E ter-se-á disseminado na Europa através dos contingentes militares americanos, devastando uma população exaurida por quatro anos de guerra. Ora na Espanha neutral, sob regime democrático e imprensa livre, as notícias da epidemia espalharam-se, em contraste com o silêncio imposto pela censura militar vigente nos países beligerantes. Daí o epíteto "gripe espanhola", uma "má fama" assim devida à liberdade de informação. E à paz. À democracia, sempre frágil, sempre manipulável, sempre corrompível. Mas democracia.

3. Um século depois enfrentamos ameaça homóloga mas os seus efeitos serão menores pois amenizados pela parafernália industrial e o conhecimento médico - a "biomedicina", como a apoucam os (pós-)marxistas multiculturalistas identitaristas de retórica new age. Mas mesmo assim este é o pior momento das nossas gerações. Um confinamento generalizado que convoca cenários quase-apocalípticos, tantas vezes cine-ficcionados que assim julgados irrealizáveis.

Em cada um vinga a angústia pela saúde da familia e parentela espiritual. E até pela própria. E com a sua comunidade particular, com o que se passa(rá) no nosso Portugal e nos países outros, mais naqueles que nos são próximos em geografia ou sentimento. E, vá lá, em alguns, mesmo com o mundo. Mas também uma outra angústia, sobre o futuro: pois a crise económica que aí vem amarfanha as esperanças para os próximos anos. 

Nisto vou algo egocêntrico, alvitro sobre o que acontecerá connosco, comigo e com o meu grupo alargado, etário, social. Trememos agora, terrores com a sorte dos nossos filhos, angústia com a dos nossos pais, já avoengos. Suspendemo-nos à espera de "alisar curvas", como se um gráfico fosse totem e nos proteja. Talvez, talvez ... Mas depois dessa "curva achatada", daqui a um mês, dois meses, que nos sobrará para os próximos cada-vez-menos anos que nos restam, àqueles de nós que sobreviverem ao vírus? Que nos restará a nós, os pequeno-burgueses ditos "classe média", os que toda a vida viemos remediados, agora desempregados, profissionais liberais desvalidos, ou meros eventuais, já cinquentões ou sexagenários, aqui chegados em casais naufragados, endividados e tão taxados? A nós, que conseguimos boiar no rescaldo da crise financeira da década passada, pois então ainda algo mais jovens, mas nisso também feitos tão trôpegos? Que ocaso teremos?

Pesadelo comigo e com os outros que me ombreiam. Só imagino uma hipótese. Esperaremos neste "confinamento", e na "mitigação", algumas semanas enquanto for isso lei. E logo que esta aligeirar, e será em breve, pois "as coisas" precisam de voltar a funcionar, o show must go on, teremos de ser os primeiros a sair, antes da madrugada, a calcorrear a praça de Grève - que o agora propagandeado "teletrabalho" será para os outros, para os já empregados, a "aristocracia da classe média" como se disse naqueles séculos anteriores. Seremos assim a segunda vaga de convívio consciente e voluntário com o vírus. Agora os profissionais de saúde, da ordem, dos transportes, cidadãos até heróicos. E depois seremos nós, mas surgindo como lumpen, mão-de-obra não-institucional, apenas disponível, alguns ainda podendo arriscar negócios de parcas esperanças, a maioria procurando trabalhos para os quais não estávamos preparados, desqualificados assim. E teremos ainda outros problema: se então andarilhos poderemos voltar a casa, conviver com os filhos e pais, arriscar contaminá-los? Ou precisaremos, burguesotes habituados a sanitário próprio e banho diário, de nos recolher a compounds por razões sanitárias? E estes existem? Talvez, se o Estado (e as câmaras) convocarem esse demencial manancial de "hostais" e "hoteis" que brotaram no portugal disneylandico, na patética west coast que o país quis ser.

4. Neste meu remoer, nem duas semanas confinado, de súbito cheguei ao meu ponto de ruptura. Pensava um texto - de blog, claro - tipo "manifesto". Sobre a necessidade de articularmos com os países africanos (sim, a propósito de Moçambique, minha  paixão) o combate a esta pandemia. Nos quais os défices hospitalares são enormes. Certo é que as suas composições demográficas são diferentes, e outros serão os impactos da gripe. Mas também letais. Pois será agora que instâncias como a CPLP ou, e ainda mais, o acordo de Cotonu deverão funcionar. Mesmo que estejamos agora com a "corda na garganta". Pois se nos escandalizamos com as reticências do ministro holandês, algo alheando-se da situação espanhola, se exigimos comunhão na UE para o enfrentar da gripe e o avivar das economias, como poderemos virar as costas às realidades pauperizadas com os quais temos compromissos políticos e de ombrear humano?

Todos estes processos, internos, europeus, globais, exigem congregação. Entender o que se passa, e algo concordar com o que fazer - agora mesmo, amanhã. E depois de amanhã. O socorro sem pressupostos é uma obrigação humanitária. Mas a reconstrução, a reabilitação pós-covídeo, exige acordos. Lisura, mesmo que discordante. Em suma, temos que perceber como isto nos aconteceu, como o combater, e como o ultrapassar.

5. A pandemia tem razões naturais. Mas também tem causas políticas, complexas. A gripe foi potenciada pelos mecanismos ditatoriais do comunismo chinês, que protelou a divulgação da informação e as estratégias de combate à então epidemia. E que permitiu a disseminação da população residente na zona da inicial infecção. Foi uma típica reacção de uma burocracia totalitária, como várias que a história de XX tanto comportou. E para isso contou também com a fragilidade das Nações Unidas, e da sua OMS, que foi cúmplice desse protelar, timorata face ao poderio chinês. Assim assassino e devastador.

Há alguma similitude com 1918: então os países sob censura militar calaram a situação, a democracia pacífica anunciou-a e ficou com o ónus da sua origem, cujos custos não terão sido apenas simbólicos. Agora as democracias, na pluralidade das suas reacções e nas delongas habituais nos seus processos de tomada de decisão, estão sob uma enorme pressão. Um desastre. Com temíveis repercussões futuras, económicas, políticas. E culturais. É tempo para nos congregarmos frente ao vírus mas também em defesa da democracia. Adiar um pouco as querelas entre os mais liberais e mais estatistas, mais "politicamente correctos" e mais conservadores, mais do género mais da nação, mais laicos ou mais soberanistas, etc. Conciliar diferentes perspectivas em defesa do que é fundamental. Ou seja, ceder excepto no que é fundamental. Como meter isto num postal de blog, como meter o Rossio na Betesga?

6. Estava nisto, neste blogar, quando fui abalroado, causando o tal meu ponto de ruptura. Ao deparar-me com um postal de Facebook de uma colega minha, moçambicana. Algo soez, vil, abjecto. E, para minha dor, logo subscrito por meus amigos e antigos alunos. A tese propalada, mas não original, pois já por aí grassa, é simples: fomos nós, europeus (entenda-se, a UE) que contaminámos África. Portanto teremos (com os EUA) de pagar aos países africanos por essa praga que lhes enviámos. Não os chineses, frisa ela (e tantos outros), pois esses "respeitaram a quarentena", ao contrário dos indisciplinados europeus, ao contrário dos americanos (e antes dos britânicos) com suas diferentes políticas de absorção viral. 

Locutora e seus subscritores são pessoas com estatuto reconhecido, não meros "populares" prenhes de atoardas. Estou diante de "intelectuais orgânicos" a quem Estados e algumas fundações pagam para pensar e ensinar. Mas doutrinam estas falsidades. Ímpias. Por mais que sempre alardeando a sua refutação dos preconceitos, das discriminações, logo agora surgem reproduzindo, de facto ipsis verbis, o antigo cartoon que encima este postal. Para eles somos nós o torero de então, o agente disseminador, poluidor. Não porque somos um toureiro espanhol mas porque somos o branco "ocidental" - mesmo que tantos destes locutores sejam brancos, até "ocidentais".

Pois o que os move, o que os conduz na produção desta falsificação da história (hiper-contemporânea), é o ódio à democracia, aquela a que repudiam, com desprezo, como "democracia formal". O seu ódio ao mundo "pan-ocidental" (como disse Wallerstein, para o apartar do leste europeu e lhe agregar as antigas colónias de povoamento britânicas). Por isso, por esse efectivo amor ao comunismo e aversão aos países europeus, e ao mundo  democrático, vêm agora - neste catastrófico momento - reclamar que paguemos a África uma infecção que consideram termos causado. Elidem, como agentes do conto do vigário, as práticas chinesas que nos conduziram a este estado das coisas. Louvam a sua "disciplina" - construída, sabe-se, por formas de controlo totalitário com tecnologia intrusiva das liberdades individuais que resistimos a aceitar como desejáveis na democracia liberal [veja-se o breve filme]. E toda e qualquer informação que lhes questione as malvadas teses, o entoar do seu odioso comunismo, consideram falsidades dos americanos, aquilo da invectiva à "voice of America" como nos tempos soviéticos tanto se ouvia ...

 

(This is How China Beat the Corona Virus - should we copy?, por George Thompson)

Mas não é só a apologia do capitalismo de Estado chinês, através da falsificação consciente da realidade (ou seja, da violação grosseira das regras deontológicas que presidem a expressão pública de funcionários públicos académicos).  É a mistificação, doutrinária, de um "Sul" ("abissal" no jargão): por isso seríamos nós condenados a pagar pela pandemia que espalhámos em África. Não a China, que tem enormes contingentes de nacionais nos países africanos, que atrasou o reconhecimento e o combate à epidemia e que permitiu a fuga de milhões de pessoas da zona original do vírus. E não o Brasil, que segue uma política epidemológica ainda mais liberal - e desconexa - do que a dos EUA (ou da Suécia, ou as que a Grã-Bretanha e Holanda ensaiaram). Ou seja, essa apologia do "Sul" conduz a que nem "amarelos" chineses, nem "pardos" brasileiros sejam imputáveis. Apenas nós, "brancos" euro/norte-americanos. Ainda que tendo sido os nossos contextos abalroados e estejamos, repito, com "a corda na garganta". E para esta via intelectual nada importa o fenotipo do "intelectual", apenas o seu can-can de "orgânico" ...

E, para cúmulo da impudicícia destes locutores (e subscritores), tudo isto assenta na total desresponsabilização dos Estados africanos e das suas sociedades, de facto uma forma elíptica de (auto-)racismo. A epidemia é conhecida há já meses (ainda que tendo sido elidida pelo poder chinês, delenda est Carthago ...), e a sua travessia intercontinental acontece há algum tempo. Que fizeram os Estados africanos para se fecharem? Mesmo para barrarem estes horrorosos "diabos brancos", nós-mesmos, que transportamos malévola ou "indisciplinadamente" a temível maleita? Nem isso é questionado. E se nós o perguntarmos decerto que serão invocados, como explicação causal das ausências administrativas, o perene impacto estruturante, assim inibidor, do comércio de escravaturas, do colonialismo, do neocolonialismo, da discriminação dos afrodescendentes. E mais alguns detalhes, mais ou menos avulsos. 

7. Meu ponto de ruptura? O vírus não é um inimigo, é agente de patologia. O inimigo é este tipo de gente. Falsária. Interlocutora. Interna. Melíflua quando precisa (de subsídios, de investimento, de emprego). Abjecta, como agora. Na crise que aí vem é preciso defender a democracia. Não apenas dos soberanistas xenófobos, a crescente extrema-direita. Mas também destes racistas comunistas. Um democrata não defende caças às bruxas ou saneamentos ou limites à liberdade de expressão. Mas temos a obrigação de os apontar, aos falsários, de os refutar. Desprezar. De os combater, sim. Mas também de escarrar para o chão à sua passagem.

30
Abr19

António e os Cartoons

jpt

antonio

[Cartoon de António, 2019, New York Times]

O filho de Trump protestou com esta caricatura de António, o NYTimes censurou-a, siga o politicamente correcto, e as invectivas de racismo ou fobismo a tudo o que mexe a pasmaceira … à “direita” e à “esquerda” os paroquianos em frémitos constantes.

Mas António não tem espaço político para protestar, e explico-me. Há anos, logo a seguir ao assassinato dos seus colegas da Charlie Hebdo, António e dois dos seus colegas (Bandeira e um outro que não recordo), foram a um debate sobre a liberdade de expressão (e dos cartoonistas, em especial). Moderada pelo socialista Guilherme de Oliveira Martins, ali presente na condição de presidente do Centro Nacional de Cultura. Eu fui à sessão, regressara há pouco a Portugal e ainda estava bastante desambientado, atrapalhado quanto aos usos e costumes. Por outras palavras, tendente a desenfiar-me, a calar-me se em público. A sala estava cheia, e havia algum empenho atendendo à comoção gerada pelo vil atentado.

No início um dos presentes entre o público, um jurista que conheço pessoalmente (não o identifico, pois “faço cerimónia” com ele, e não só porque então, mui viçoso, tardo-septuagenário) – e porventura porque sabia que aquilo iria descarrilar – explicitou, e à mesa em particular, que os limites à liberdade de expressão eram unicamente os estipulados na lei. Anuíram, e o sorridente moderador em especial. Uma hora e meia depois, o mesmo jurista pediu a palavra e, com placidez, concluiu “então estamos todos de acordo, os únicos limites à liberdade de expressão são os colocados na lei”. “Claro que sim” anuiu-se, e em particular o moderador socialista. Pouco depois o ilustre jurista, após a sua simpática demonstração de sageza, saiu, decerto que para jantar, pois longa ia a sessão, deixando a sala a abarrotar continuar a conversa. Às 8.30 o conhecido moderador, homem da política, da cultura e das finanças, considerou que a hora ia tardia e anunciou que iria fazer a última intervenção. Concluindo-a, jesuítico e sorridente, que “estamos então de acordo, não há limites para a liberdade de expressão … a não ser o bom gosto”. Já sem o ilustre, sábio e ponderado jurista na sala, ninguém se opôs ao senhor Presidente do Tribunal de Contas, do Centro Nacional de Cultura, ex-ministro socialista, futuro homem da Gulbenkian, etc. e sei lá mais o quê. Nem António, nem os seus colegas, nem as dezenas de participantes na sessão. Todos sorridentes e coniventes à perfídia – dizer aquilo, e logo depois do assassinato da gente da Charlie Hebdo, é de crápula hediondo – do Magnífico Moderador. Até eu me calei, entã retornado atrapalhado com ânsias de lhe gritar a vilania que ali escarrara, mas sem saber como ali o fazer no meio daquela parcela do “le tout-Lisbonne” (passei depois o jantar, com um grupo alargado de participantes, a perdigotar o meu desespero com a cumplicidade generalizada com aquela aleivosia, tamanho o desespero sentido com a minha cobardia). Como tal, se António se calou ali, para não afrontar o mandarim socialista, que coma e se cale agora. Pois um gajo que nem os seus colegas assassinados defende não merece qualquer solidariedade quando é atrapalhado. Por outras palavras, que se aguente à bronca …

Entretanto, tendo o Trump filho protestado, o coro de coirões trumpianos portugueses, patetas estuporados a sonharem-se tetranetos de baleeiros açorianos enterrados em New Bedford, e como tal veementes empenhados no presidente dos EUA, andam por aí aos guinchos de falsete a convocaram António para gozar os muçulmanos e seus símbolos, saracoteando que ele goza com o papa (os pecadores de sacristia nunca tal lhe perdoaram) e com os judeus, mas nunca com os muçulmanos e seus radicais. Imbecis que nem o google sabem usar.

antonio--expresso

[Cartoon de António, 2001 (Expresso?)]

Vejam lá isto, de 2001, mesmo em cima do  mais mortífero e atemorizador dos atentados dos radicais islâmicos. Desiludam-se os luso-trumpistas. Pois o respeitinho timorato que o cartoonista tem pelos manda-chuvas do PS não tem ele pelos radicais islâmicos. Ao menos essa (parca) honra ninguém lhe tira.

Bloguista

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