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Nenhures

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Há poucos dias "activistas" haviam feito show-off com um quadro de Van Gogh, e aqui resmunguei. Agora surge o esperado, outros "activistas" destroem mesmo um quadro de Monet - da série "Les Meules". Como se estas acções - típicas do "agit-prop" identitarista - tenham algum efeito positivo na luta contra a devastação ecológica.

E continuo a insistir, o efectivo colaboracionismo com estas versões de "insurreição mansa" é algo corrente - e patente no jornal do grupo SONAE, no qual académicos se agregam a defender a legitimidade do terrorismo patrimonial. Referi o asssunto aqui, estupefacto diante do total silêncio da sociedade portuguesa, da corporação dos jornalistas, do meio intelectual. E até dos empresários do comércio, que aceitam que um dos seus financie estas aleivosias. Já para não falar da própria academia, mas aí, enfim, pouco haverá a esperar. A não ser os rabiosques abanando-se, até sôfregos, ao som das "causas".

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Difíceis momentos vivem os povos britânicos, decerto que por ora algo fragilizados pois apartados do solidário ombro europeu e respectivo aconselhamento...

Mas esta má figura actual faz-me sorrir à memória das patacoadas que desde há anos se vão ouvindo, oriundas do esquerdismo identitarista, carregado que este está de locutores ciosos da sua inteligência. Pois sempre clamaram contra a política dos "homens brancos" e "tóxicos" (entenda-se, heterossexuais, por pouco que o vão sendo), consagrando a necessidade de entregar o poder às virtudes das "mulheres" (um dos inúmeros géneros actualmente existentes, de delimitação algo díficil mas algo correspondente às antigas portadoras de vagina), dos "homossexuais" (aos quais chamam "gays") e dos "racializados" (todos aqueles que não estejam poluídos por one-drop de constituinte não-branco, pelo menos até à 4ª geração ascendente, presume-se). Um conglomerado, diziam até recentemente os tais "pós-"marxistas, que seguiria políticas benfazejas, correspondentes aos seus anseios libertários...

E agora um tipo vê a Meloni, a Truss - já para não falar da capitalista Ursula ou dá já veterana Le Pen -, todas "individuadas" como "mulheres", mais o "racializado" Kwasi Kwarteng, e ainda se lembra daquele Haider austríaco (que era portador da outra "condição" virtuosa), e mais outros que tais... e percebe o acabrunhado silêncio dos histéricos identitaristas neste Outono-Inverno.

Enfim, venha uma rodada para esta mesa de "cisgéneros", "brancos", "burgueses". "Tóxicos", em suma...

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Há 3 anos fui convidado para ir falar na universidade de Aracajú, capital do Sergipe. Surpreendido (nem nos Olivais me querem ouvir) logo aceitei. Lá perorei. E adorei - explico-me, logo que na primeira alvorada saí da pensão exclamei "porra, isto parece Quelimane!!!", e senti-me em casa, qual filho pródigo e tão arrependido, no meio do coco-lanho e a suar em bica.
 
Enfim, vejo que agora Aracajú recebe assim Lula da Silva. Deste nada gosto, do seu "pós-imperialismo" "africanista", da devastação amazónica que incrementou. Mas ainda assim é melhor do que o outro. E em termos amazónicos - que são mesmo os únicos que me interessam, pois estou-me nas tintas para o resto lá do país deles - também. Apesar dele próprio. Ponham lá esse tipo. E controlem-no.
 
Adenda: Sobre Bolsonaro o que tinha para botar botei-o há anos, quando ele brotou. Sobre as simpatias, quantas vezes encapuçadas de mero desdém, que a sua candidatura colheu no centro e na direita portuguesa - dislates que então exemplifiquei com Pedro Borges de Lemos, um "militante do CDS" entretanto transferido para o CHEGA, e Rui Ramos, muito conhecido historiador que não transitou para o CHEGA, no meu "A propósito de Bolsonaro"; e com Assunção Cristas, então presidente do CDS e que também não transitou para o CHEGA ("Cristas e o Brasil"). E ainda sobre a única questão que me é realmente importante relativamente ao Brasil, a ecológica ("Bolsonaro e o clima") - a qual, por razões do imenso atraso cultural português, tende a ser desprezada pelos muito rústicos "conservadores" do rincão.
 
 

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"Activistas" ambientais atiraram hoje mesmo uma sopa de tomate para o célebre "Girassóis" de Van Gogh e, depois, espalmaram as mãos no quadro. Com isso querem agir contra os combustíveis fósseis. De facto, isto nada mais é do que o primado do "intervencionismo" sobre o património monumental, esse que os académicos burguesotes defendem nas páginas do jornal da SONAE, diante do sossego dos "bem-pensantes" esquerdalhos. E é também a melhor forma de alienar o apoio popular às necessárias transformações produtivas.
 
Mais do que irritação este episódio provoca-me dor. Percebo-me, mais uma vez, ancião, já não ser deste mundo. Pois "no meu tempo" havia militantes - gente com quem se ombreava ou lutava, se necessário até de armas na mão. Se admirava ou odiava. E agora, nesta era em que cheguei a antiguidade, já não os há, aos militantes. Há sim "activistas", histéricos do agit-prop, prenhes de "vitimizações" aburguesadas e de meneios "genderísticos". Gente sobre a qual se escarra. Apenas.

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Há dias aqui deixei ligação à minha análise do Chéquia-Portugal (0-4): na qual me limitei a expressar a minha estupefacção pela ausência de uma acção simbólica dos jogadores em solidariedade para com Mahsa Amini, a iraniana assassinada pela polícia por não cobrir devidamente os cabelos, e para com os inúmeros iranianos entretanto assassinados nos protestos subsequentes. Tal como referi algum espanto pelo silêncio do jornal da SONAE, carregado de identitaristas activistas, bem como dos sempre tão solidários em causas anti-americanas BE e LIVRE, que não se aprestaram à mobilização de arruadas contra estes factos. Em parte é compreensível, consabida que é a soez hipocrisia destes esquerdistas de "campus" e avenças... Mas o mesmo não se esperaria dos nossos jogadores, lestos a ajoelhar-se por uma morte masculina americana, mas agora prontos a encolher os ombros diante de inúmeras mortes iranianas. Por isso titulei o postal com um "O Futebol Não É Para Mulheres!".
 
Fica agora a notícia que os jogadores da selecção do Irão têm a coragem de afrontar a sua vil ditadura, simbolicamente usando casacos negros sobre o equipamento. Está dado o mote - não a@s esquerdalh@s lus@s, que continuam algo silenciosos face a estas ocorrências, encerrados na sua vilania de prosápia identitarista. Mas sim aos jogadores da bola... 

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