Como deveria ser sabido a eutanásia foi uma prática corrente. A estatização da sociedade reduziu-a, tal como aumentou de forma espantosa os serviços médicos (das maternidades aos paliativos, passando pelas vacinas). E espalhou a química. Vivemos melhor, com menos dores (físicas e morais), e muito mais tempo. Com tudo isto muito regulamentado (por legislação, por protocolos médicos).
Dito isto, a eutanásia a ser praticada será sempre nessas condições: muito especiais, previstas e controladas. Não haverá comités populares para acabar com os velhinhos, doutores neoliberais a poupar dinheiro ao SNS, enfermeiras demoníacas a terminar espécies determinadas de pacientes (genderizados, racializados, classificados) ...
A reacção negativa à eutanásia é muito primitiva. Lembra-me aquilo do aborto (perdão, ivg): seguir-se-ia um aumento gigantesco de malvadas mulheres a esventrarem-se, cultuando fetos devastados. Mas ... reduziram os abortos (perdão, as ivgs).
Vivemos melhor? Óptimo. Deixai-nos lá morrer melhor. Em liberdade. Naquilo do livre-arbítrio. Ou, dizendo de outra forma, tende (bom) juízo.