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Nenhures

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Quando no Verão de 2019 voltei a Portugal algumas vezes comisquei com gente médica, que me é muito próxima. E querida. Gente que não é paladina do marxismo, em qualquer das suas versões, nem da estatização da sociedade. Mas que é radical defensora do Serviço Nacional de Saúde.
 
Nesses convívios muito me disseram sobre a decadência do SNS, apontando que o país está há décadas no mesmo processo que o britânico, o que promove um serviço público (e fragilizado) para os pobres e um privatizado (e reforçado) para os remediados. Mais me avançaram - com argumentos substantivos, de profissionais que reflectem - que o problema não está na "medicina privada" ("os barões da medicina" como ainda alardeiam os demagogos do costume) mas sim nas concepções e práticas políticas, dominantes quase há 30 anos. E nisso muito por influência - entre outras estratégias relevantes - de uma mundividência igualitarista do "funcionalismo público" (um pouco à imagem daquela que vigorou para o ensino), tendente à devastação da carreira médica.
 
Nessas conversas, e como factor bem secundário, era também referida a insuficiência da então ministra da Saúde, Temido, percebida como incapaz de qualquer inflexão no processo degenerativo do SNS.
 
Depois veio a COVID-19, foi o que foi - de facto até à intervenção militar no processo de vacinação muito foi errático para fora e apenas reactivo no que respeita à organização interna dos serviços. O enorme peso da propaganda governativa levou a que Temido fosse promovida a "Super-Marta" pelos avençados e pelos "idiotas úteis". Depois foi ainda alcandorada (apesar de "socialista-nova") a hipotética sucessora de Costa, rumores emitidos apenas para sublinhar a propalada excelência do seu desempenho ministerial.
 
Foi reconduzida e, apenas alguns meses depois, demite-se, "sem condições" para o exercício, tão óbvio é o desnorte e a inércia que vêm sendo produzidos, antes dela e muito com ela. Podem agora os "intelectuais orgânicos" do PS, as escritoras subsidiadas, os jornalistas avençados e quejandas figuras, sair à rua a tecer loas à "dedicação" e ao "empenho" da "Super-Marta". Fazem-no pois uns são pagos para isso, directa ou indirectamente. E outros porque têm ADSE... Mas de facto Temido não foi importante, foi apenas um má ministra, na senda da decadência da Saúde no país. Um mero epifenómeno, que arregala os olhos, para encanto dos tontos, ceguetas. E dos avençados, claro.

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