Dia do Professor em Moçambique
Hoje é o Dia do Professor em Moçambique, de todos aqueles de quem fui colega. Cá de longe a todos saúdo, tantos deles exercendo em dificílimas condições. E com saudades daqueles com quem interagi durante anos a fio. E - já que estou em dia de confissões - também com saudades de leccionar. Sei que como professor não fui um sábio (como este meu alter ego) nem um orador cativante. E nunca tentei ser um "entertainer", mandamento que aprendi de um meu docente de mestrado. E menos ainda um "gajo porreiro". Espero ter sido um tipo no pelotão - alguns terão gostado, outros abominado, outros sofrido, muitos nem lembrarão. É assim, para com os "vulgares de Lineu". E é disso que tenho saudades: um pouco daquela até utopia de transmitir o que se aprendeu. E, mais do que tudo, pois egoísta, de ter gente que me ouvisse, obrigados que estavam a aturar-me. Pois resta-me este crescente hábito de falar sozinho, pouco interessante para quem gosta de conversar com gente inteligente mas agora aprisionado neste diálogo com um alienado, o mítico "monólogo interior".
Enfim, deixo saudações especiais para aqueles que, em diferentes momentos e locais, lá me desafiaram à docência: a saudosa Maria Inês Nogueira da Costa, a Terezinha Silva, o Francisco Noa, o Mário do Rosário. E ao meu magnífico "para-sempre-chefe" Alexandre Mate.
E a todos os professores, com as dificuldades gerais e os defeitos próprios, Avante! Eu, cá de longe, assisto.