Ensaios da Fundação
As redes sociais são uma coisa terrível, alienante. Bastou eu ontem ter louvado um espectáculo ocorrido na Fundação Gulbenkian e a esta ter, apenas en passant, equiparado a Francisco Manuel dos Santos, para me acontecer,
que no mesmo dia recebi um convite para jantar hoje. Durante o qual falámos da importância "diagnostical" dos "Ensaios da Fundação", uma já vasta série - e de eu me ter desdobrado em elogios ao "Terra Firme" do bom do José Navarro de Andrade, meu esporádico parceiro de bancada, e também ao "Culatra - Ilha com Gente Dentro", de Ana Cristina Leonardo, que li durante o acantonamento pandémico, já para não falar do obrigatório "Cidade Suspensa", o retrato de Lisboa nesse Covid feito pelo amigo Miguel Valle de Figueiredo. E então, antes do digestivo, o anfitrião meu consanguíneo ausentou-se, logo regressando com a oferta: a sua colecção dos tais "Ensaios da Fundação".
Evito a meia dúzia que já tenho e regresso a casa, notando ter agora a colecção completa dos primeiros 70 volumes. E onde colocá-los?, que já não há estantes disponíveis (nem paciência para os distribuir por ordem alfabética, escadote acima, escadote abaixo). Acoito-os, em verdadeiro registo "colecção", sob um Gemuce. Assim mais alienado (de espaço), a tal perfídia destas redes sociais...
(Agradeço à equipa da SAPO o destaque dado a este postal)