Estamos Vivos!
Ontem o meu tão querido Jorge Forjaz fez o enorme favor de me visitar, aqui aos Olivais. Acolhi-o na frugalidade material que é agora a regra. Mas em esbanjo de sentimento. Ombreado pelo sempre camarada vizinho Zé Carlos Rodrigues, levei-o à nossa tasca olivalense de referência, o Restaurante Cabeça de Touro - indiscutível sede das melhores batatas fritas a sul do Trancão. As quais foram acompanhadas pelo obrigatório ovo estrelado e ainda por uma supérflua meia bifana per capita...
Eu e o Jorge falámos da Ilha (de Moçambique, claro), lamentámos a figueira-da-Índia, frondosa e inolvidável recepcionista dos "vientes", agora caída devido à última calamidade. E recordámos o país que nos deu parte substancial do melhor de nós mesmos, e alguns dos amigos dali, dos presentes e dos já ausentes.
Depois o Zé Carlos dedicou-se a um meio cálice de aguardente escocesa e eu, porque demais comovido, embrenhei-me num bagaço branco. Nesse entretanto dissertámos sobre este país, que é o nosso ainda que nos espartilhe um pouco. E nisso chegámos, os três em uníssono, a uma conclusão, talvez até surpreendente, da qual reclamei o dever de fazer acta: estamos vivos, porra!