Basto caminhei e estou já aqui, quase naquele topo onde o antiquíssimo castelo (a la Estado Novo, claro) domina Sado e Tejo, numa lição de estratégia dos tempos em que ter fronteiras era legítimo e não malvado neoliberalismo, e nos quais se podia chamar "piratas" aos piratas que do estrangeiro nos vinham pilhar.
Enfim, aqui estou de mochila às costas - velhote a fingir-se andarilho, nisso sempre na esperança de que alguma sexagenária ou mesmo cinquentona se condoa e me deite um rabo de olho, assim dando-me um laivo de ânimo ao ego naquele sempre desejado "ah, se fosse no meu tempo..." - esperando o machimbombo desta (sempre atrapalhada) Carris Metropolitana que me leve além-Tejo.
O rumo que persigo é o do cinema São Jorge, pois é dia de "Abertura" (oficial) do festival cinematográfico (e cinéfilo) "Olhares do Mediterrâneo" - filmes feitos por "mulheres" (se é que o termo ainda é aceitável, tão pouco inclusivo me parece), já um tradição lisboeta. Esta semana, desde 14 até ao domingo 20, há um ror de filmes. E este ano com particular atenção às produções do Líbano.
São (quase) sempre olhares um bocado diferentes dos apresentados nas Netflixes. Não costuma haver o do meu amado Clint mas há, sempre, filmes interessantes. Enfim, passarei lá o dia - e até na expectativa de uma bebida partilhada com os amigos do Zezé, um ou outro colega do Flávio, quiçá alguém que saiba quem é o jpt. E, mesmo, um qualquer "amigo-FB" do José Teixeira. Ou até, e será um bela surpresa, um companheiro austral do Teixeira. Pois sou muito mais simpático do que me dizem ser. Com aquele pequeno senão, o de insistir em dizer "todos" ou "todas" - e jamais o abjecto de tonto "todes". E, nisso, talvez ali um pouco desajustado.
Adenda: aqui deixo o programa do festival. E o seu (sempre apetecível) catálogo.