Luís Macedo
(Luís Macedo; Fotografia de Steven Governo / Global Imagens, retirada daqui)
Em Maputo pouco privei com Luís Macedo, oficial de Abril e antigo membro do Conselho da Revolução, que ali (mais exactamente na Matola, se não estou em erro) viveu as suas últimas décadas. Algum esparso convívio, intermediado por amigo comum, que com ele comungava a condição de ex-aluno do Colégio Militar, algo que a esses sempre cria uma simpática e peculiar solidariedade. Mas ainda tivemos o privilégio de o recebermos, e à mulher, em nossa casa.
Uma relação distante, não posso dizer que o conheci. Mas era notório o homem confortável em Moçambique. E contido, clarividente, de arguto, com um humor suave (ou pelo menos assim em ambiente algo cerimonioso, pois não íntimo). E, acima de tudo, um Senhor. Daqueles que escasseiam, e que alumiam quando surgem. Entenda-se que alumiam os recantos, pois não adeptos do estardalhaço dos neons.
Na semana passada um amigo telefonara-me, preocupado, informando-me que o Coronel Luís Macedo estava internado, padecendo deste malfadado Covid-19. Morreu em Maputo no fim-de-semana, aos 73 anos. Que se orgulhem os seus do homem que ele foi.