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Jul24
Moçambique
jpt
Grosso modo vivi em Moçambique duas décadas. Saí há uma década. Vou acompanhando - não é o meu país, não sou nem nunca quis ser "dono da terra". Apenas gosto. Acompanho, repito, desde 92, quando encetei o mestrado. Mais desde 94, quando fui trabalhar "lááá" entre Montepuez e Balama. Ainda mais desde aquele 97 que para lá me levou com contentor e esperanças (aquelas, cândidas, de contribuir para que "isto", lá e cá, se percebesse melhor).
Agora, hoje em dia - como há já tanto tempo - uma das coisas que mais me interessa no país é a gigantesca produção do silêncio. Sobre a actualidade e sobre o passado nacional. O qual é, afianço como estrangeiro empático mas antipático, um gigantesco obstáculo ao desenvolvimento.
Ou seja, e porque para bom entendedor meia capa de livro serve, vão lá ler isto. E matizem os elogios, póstumos ou outros, iconográficos, moralistas ou intelectuais. Olhem o que foi. E o coro de agora de elogios à Justiça samorista, brotado nestes dias, em miseráveis eulogias, é, pura e simplesmente, repugnante.