13
Jul21
Morreu Artur Ferreira
jpt
A Ceifeira é infatigável. Agora morreu o Artur Ferreira. Decano fotojornalista de automobilismo, com centenas de GP's de F1 no arquivo e inúmeras histórias desse meio, vivia como os bólides que fotografava: terá sido o homem mais acelerado que conheci. Um verdadeiro globetrotter, numa personagem peculiar e com uma mundivisão muito própria que não se coíbia de afixar.
Conheci-o em 1997 quando foi a Maputo apresentar uma exposição fotográfica, enorme, a "Por esses Oceanos ao Encontro de Culturas". Fez-se na Associação Moçambicana de Fotografia, então apenas a parte africana do acervo. Voltou depois, e no Camões se apresentou a parte asiática. Nos anos subsequentes dirigiu várias revistas em Moçambique, entre as quais a "Índico" da LAM. Tinha uma capacidade industriosa espantosa, pois tudo isso fazia enquanto viajava constantemente, saltando de continentes como nós íamos à vizinhança.
Devo-lhe algo: em 1998 fui em casal à Zambézia. O Artur Ferreira estava em Quelimane a fazer uma reportagem. E deu-nos uma boleia aérea no dia em que foi fotografar os montes Namuli e o Delta do Zambeze. Teria dado uma grande crónica esse dia. Mas ficou uma esplendorosa memória.