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Nenhures

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16
Abr20

Na morte de Luís Sepúlveda

jpt

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Muito lamentável a morte de Sepúlveda. Quando se soube da sua infecção com esta maldita doença recordei que lera vários livros dele, ainda que não me tenha tornado um grande admirador. Mas é uma obra muito legível, para meu gosto. Mas não é de literatura, na qual sou leigo, que me apetece falar. Mas da impressão quando se soube da sua doença.

Foi impressionante porque em finais de Fevereiro não tinha havido casos de pessoas célebres infectadas (foi uma espécie de Klaus Nomi ou Rock Hudson aquando do SIDA). E mais ainda por ter estado em Portugal durante a incubação.

E para mim mais ainda impressionante porque ele tinha estado num encontro de escritores, o "Correntes de Escrita", local e momento de grande convívio, como tal de proximidade física. E onde esteve, como lhe já é hábito, uma pessoa muito querida. A qual, ainda que para mim continue a ser a radiosa miúda que me é sobrinha, é já uma quarentona, como tal um pouco mais atreita a esta doença do que os meus viçosos sobrinhos-netos. Preocupei-me, angustiei-me e emiti várias preces ateias. Mais chamadas imprecações.

Assim comovido notei, e recordo-o agora, a quantidade de gente que gozou com a doença de Sepúlveda. Gente do dito centro e da dita direita. Gente que passados uns tempos passou a lançar impropérios contra a dra. Graça e a ministra Temido porque não haviam tomado em atenção esta pandemia.

Doutores, funcionários públicos, ilustres franco-atiradores, gozaram (e assim também mostrando que não ligavam à doença) porque o autor era da dita esquerda. Porque tinha estado num "encontro de escritores". Porque agora "toda a gente é escritora". Porque se gasta dinheiro com escritores. E com estas festarolas. Gozaram com outros escritores que, sabendo disto, tomaram precauções (li gozos sobre Onésimo Almeida que no regresso a casa quis ser testado, e invectivas até ao Francisco José Viegas). Enfim, a habitual imunda tralha anti-intelectual tão necessário à pantomina dos que se querem afirmar "muito direita", muito "gente de bem" lá no paróquia.

Mas agora estas fezes lusas, oscilando entre os que até reconhecem mérito no Ventura e os que louvam o Pedro Passos Coelho (homem que eu aprecio, já agora), estas fezes lusas, dizia eu, passam os dias a perorar sobre o Covid e o que o governo vem fazendo.

A mãe da sobrinha que acima refiro - tal como a minha filha, que dela é sobrinha afilhada -, minha irmã, não me deixa escrever palavrões no facebook e nos blogs. Então não escrevo. Mas vós nem imaginais o que digo. Sobre esta gente. 

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