(Nicolle Belloubet, ministra francesa da Justiça, "L’insulte à la religion est une atteinte à la liberté de conscience", 29.1.2020)
No mural-FB de uma boa amiga francesa conheço o "caso Mila", a francesa (16 anos) que está ameaçada de morte por ter invectivado o Islão nas redes sociais. Googlo para saber da coisa. E vejo isto: a ministra da Justiça de França a por em causa o direito à blasfémia! O recuo civilizacional já chegou até aqui. Em França! Insultar a religião é um atentado à liberdade de consciência, diz esta mulher (que ainda para mais é jurista).
O direito ao desprezo pela religião, à blasfémia, é estruturante. É a base deste nosso isto! Custou séculos, guerras. Temos a liberdade de cultuar. Só porque temos a liberdade de desprezar toda a imbecilidade metafísica alheia, as patetices e crendices. Podemos ter o "bom senso", o charme discreto da burguesia, de conviver com a superstição alheia sem a invectivar. Mas não é uma obrigação, é mera educação. Ou, meu caso, falta de paciência para discutir com os patetas. Essa é a base de tudo o que há por aqui, nesta "pérfida (e colonialista) Europa".
E de súbito (ou quase) até em França se recua diante da barbárie culturalista. A propósito do Islão. Não por causa do Islão. Até em França. Isto vai mal.