Prognósticos (eleitorais)
Lá vamos a eleições. O clássico CDS, que há dois anos se reduzira a transporte Bolt, está em estertor de cisões e resmunguices. O também clássico PSD, após anos de verdadeira catalepsia oposicionista, apresta-se a refrega interna - sem que os contendores digam, com concisão mas substrato, ao que realmente vão, ficando assim aquela refrega coisa algo mole mesmo que venha a ser tonitruante. O antepassado PCP segue imóvel face à erosão das marés e ventanias, mais pedregulho ribanceira abaixo menos pedregulho ribanceira abaixo. O também já clássico - que a idade não perdoa - BE vem-se esboroando a olhos vistos, entre dichotes divertidos e dislates invertidos. Na rapaziada mais nova o PAN - que há dois anos se quadruplicou de passe social a táxi, ainda que boletins "Público" e quejandos e as Quadraturas do Mal não lhe tenham ligado - viu sair o líder, zangarem-se os deputados e estuda o convívio humano com as gaivotas, e nisso não será de lhe augurar ascensão a Rodoviária Nacional. O avatar do MES desapareceu, fundido nas listas de assessores governamentais. A deputada Moreira seguirá a O(N)Gs basto financiadas, que não acredito que ascenda às listas do poder.
Resta-nos a juvenil IL que, apesar da tendência para o piadismo própria da idade do armário, irá cobrar dividendos da relativa coerência do que vem dizendo. Tal como o prof. Ventura, que lucrará os dividendos de tanta patega atenção alheia, e que ainda terá um momento extra para se vitimizar, pois obrigado pelo Tribunal a refazer um congresso, no qual dirá, decerto, "aquilo que é preciso dizer e mais ninguém tem coragem para o fazer".
E nisto tudo, lá para Janeiro, o idoso PS, trapalhão e exausto, vácuo de clientelista e patrimonialista, pejado de figuras inanes e de projectos insanos, sairá reforçado.
Um tipo entristece. Ou rejuvenesce.