Sócrates vintage
Aqui são menos 6 horas do que no Trancão. Ontem descemos de Bogotá, na rota de Medellín, à qual não chegaremos, cruzámos as "terras calientes" e chegámos ao mítico Magdalena, rio matriz do país, aqui na envelhecida Honda, porto ribeirinho abandonado. Num bom e pausado restaurante, temperado a ventoinha de tecto, como este excelente "triunfo peruano" - farripas de carne estufada com pimentos sobre ("em cama de" no linguajar flausino actual) arepa e acompanhada de mandioca. Gin antes, cerveja durante, tequilla depois. Na alvorada tenho um WhatsApp sorridente - vários me mandam o artigo do João Miguel Tavares... Vou à pirataria Telegram e leio-o, são 5 da manhã e estou-me a rir: Luís Montenegro, o intermediário jurídico de negócios que dia sonhou ser califa no lugar do califa, é ali fuzilado como "Sócrates vintage". Mergulho em água tépida em demasia, nado pouco ("devia ter deixado de fumar há 20 anos agora é tarde demais), rio-me ainda mais, a lembrar-me do cabrãozinho tripeiro e da sua tropa fandanga, agora já sem cacique. Enxugo-me, matabicho frugal, cigarrada. E toca de ir ver o vulcão, de longe pois está activo. Mas antes de arrancar ainda volto ao quarto, abeiro-me da sanita e escarro. No "Sócrates vintage"...