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Nenhures

Nenhures

02
Out24

Pedro Sá da Bandeira expõe em Cartagena

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Conheci o fotógrafo Pedro Sá da Bandeira há duas décadas em Moçambique. Ia eu já naquela idade em que é raro fazer novas amizades. Mas tornou-se ele meu compadre, por via da amizade entre as duas nossas então tão pequenas filhas. E logo depois verdadeiro amigo. E camarada. Nisso até nos associámos no blog ma-schamba... Eram os tempos em que ele, tendo percorrido Moçambique a fotografar, fez uma individual no Instituto Camões, a "Vai Fazer Bom Preço". Muito significante, notei-o, na forma como abordava os retratados, pois excêntrica no país: nomeava-os, gigantesco pormaior, a mostrar que as ideologias não se apregoam vácuas, e nisso tantas vezes intelectualizadas. Mas que os ideais se vivem... (Então deixei um breve postal sobre isso).

O Pedro agora vive na Colômbia. Amanhã inaugura uma exposição individual em Cartagena, no Museu de Arte Moderna Enrique Grau. Chamou-lhe "Deriva Arrumada". Gostava muito de lá estar, de participar no "cóqtel inaugural". Tal como gostarei de lhe ver uma exposição aqui em Lisboa, nossa "Pátria Amada". Em breve, exijo.

Esta "Deriva Arrumada" leva de início o poema "Deriva VIII" de Sophia de Mello Breyner Andresen. E consiste em cerca de 70 fotografias. O Pedro convocou-me para que escrevesse algo a este propósito. Embaraçado (e honrado) enviei-lhe isto. Com um abraço...

 

*****

Deriva Arrumada

Pedro Sá da Bandeira (Lisboa, 1970) sempre se diz fotojornalista, sua situação profissional mas, e acima de tudo, condição da sua visão. Iniciou-se no prestigiado diário desportivo “Record”. Durante uma década ladeou a época da globalização do futebol português, correu a Europa e até alhures, reportando encontros e seus artistas. No que burilou as lentes, aguçou o olhar, desapegando-se dos grandes planos, tácticos ou monumentais, até das celebridades. E da paixão pelo jogo retirando o primado da finta enleante, do requebro mariola, do oxímoro vitorioso, até o do engan(h)o, nisso aficionando-se ao agir “de rua”. Esse atrevido, pé-descalço mesmo, em busca de um qualquer golo, seja esse um breve conforto, até mesmo a paz. Ou apenas o sobreviver…

Depois, pois romântico - como tanto o exsuda nas fotografias -, por amor da sua vida fez deriva, andarilho mundo afora. Primeiro o gigante norte-americano, agora o gigante colombiano, que calcorreia em frenesim apaixonado. Antes defrontara a agreste secura da imensa África do Sul. E o bulício encantatório de Moçambique, país que conheceu e fotografou como tão poucos o haviam feito. Mas sempre retornando a Portugal, nessa paixão pelo país, imorredoira mas desalentada, que nos é tão típica.

É dessa sua rota expatriada, já de um quarto de século, que nos traz agora esta retrospectiva “Deriva Arrumada”. Desde o nosso Atlântico partido, em demanda de “mares já tão navegados” – como diria Camões se fosse hoje –, mas daqui nunca apartado, na carinhosa ironia com que desvenda o novo Portugal que emerge, lampejos de um país-mundo fraterno em que crê, despojado de falsos irredutíveis. E sempre dotado da sublime curiosidade, pois disponível para atentar, nesses tantos outros recantos olhados, à plêiade de “prodígios espantos maravilhas” “pérolas” e “furtivos animais”. Mas, imensamente mais do que isso, capaz de com as suas câmaras fotográficas – essas que lhe são já ombros, de tanto neles habitarem – ouvir dos homens do mundo o “fundo som das suas falas”.

Segue assim com mente e alma indutiva, em busca dos breves momentos, esboços de vida, nisso enquadrando o aparente desenquadrado, captando o que nos é geral, humano. Futuro. Nisso meu colega, irmão, antropólogo, reclamo. É este o seu rumo, o de um homem livre e desapegado, daqueles que podem culminar, como os louvou a nossa Enorme poetisa Sophia, “As ordens que levava não cumpri / E assim contando tudo quanto vi / Não sei se tudo errei ou descobri”. Por isso… arrumado, consigo mesmo.

04
Ago24

Sobre a Venezuela

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(Bogotá, frente ao consulado da Venezuela, 2.8.2024. Fotografias de Pedro Sá da Bandeira)

O regime de Chavez e seu avatar Maduro prolonga o estertor, na fraude eleitoral, sequestro de opositores, repressão generalizada. Governos de diferentes tendências na sua região repudiam os acontecimentos, da Argentina ao Chile, entre Uruguai, Costa Rica ou Peru. Aflitos com a degenerescência do gigantesco vizinho, exaustos com os contínuos fluxos de refugiados venezuelanos, outros governos à esquerda da região tergiversam, empurram a situação para "negociações". Fá-lo o México, sempre no sonho de grande potência regional para sul, também a Colômbia, onde um frágil e fragilizadíssimo presidente Petro se mascara em laivos de vínculos ideológicos, fá-lo até o Brasil, onde o tão típico Silva se aprestou a sufragar a fraude maduriana, para logo matizar, prestando-se à rábula "negociadora". Por cá na Europa há ainda quem defenda Maduro - às escâncaras o nosso PCP brejnevista, os "Podemos" vizinhos, e mais alguns proto-brigadistas Europa afora, para além do húngaro Orban, que alguns intelectuais fascistas tanto vão louvando.

Hoje sairá o povo à rua na Venezuela - se as "revolucionárias" forças de segurança deixarem. E alhures também. Deixo aqui eco de pequena manifestação  já ontem ocorrida em Bogotá, congregando venezuelanos ali refugiados. Hoje, sábado, muitos mais sairão, em associação com as manifestações no seu país. E serão acompanhados pelos colombianos, pois a oposição não só os apoia, repudiando o "silêncio" inactivo de Petro, como cavalgará a situação para contestar o actual poder.  

As fotografias são do meu querido amigo Pedro Sá da Bandeira - veterano fotorepórter do "Record" e da "Lusa", entre outros, trota-mundos, e que agora vive em Bogotá, calcorreando aquela região. Sempre de máquina em punho.

14
Jul24

Sobre a exposição "Relicário Sacro-Profano"

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Fora-me quinta-feira um dia complexo, coisas cá minhas. Animei-me um pouco ao fim da tarde. O Miguel Valle de Figueiredo tem uma exposição (Atelier Inês Cannas, Rua Sanches Coelho, 4D, distância caminhante de Entrecampos, no início da transversal anterior à antiga "Pindô"), à qual apropriadamente chamou "Relicário Sacro-Profano", 40 fotografias de temática cristã feitas mundo afora. Há dias telefonara-me num "ó ateu, escreve algo sobre isto". Eu saí das minhas trevas - demoníacas? - e botei um petit rien... Entretanto a exposição foi inaugurada com sucesso. Ou seja, com apreço dos visitantes.

Mas para ontem o mvf esmerou-se. Convidou Miguel Almeida, Provincial da Companhia de Jesus, para falar a propósito daquele conteúdo. Este fê-lo com enorme simplicidade, em verdadeiro epítome de sageza, nisso indo muito para além da exposição sem dela ter saído. Haverá melhor coisa?...

Depois o Pinino (o tal mvf) resumiu o que lhe conduzira esta exposição. E repetiu a provocação, "ó ateu, fala tu também". Eu balbuciei algo. E, profano que sou, chamei a atenção - e aqui o repito: as fotografias estão para venda. E ainda há algumas disponíveis.

No fim houve um agradabilíssimo convívio, estendido pela boa conversa e simpatia interlocutora. Durante o qual alguém fotografou o trio que falara. Algo que me honra - e julgo que também ao Miguel Valle de Figueiredo.

20
Jun24

Exposição fotográfica "Relicário Sacro-Profano"

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No próximo sábado, dia 22.6, a partir das 17 h., o meu amigo Pinino (também conhecido por Miguel Valle de Figueiredo) inaugura esta exposição fotográfica, a sua primeira em Lisboa desde o malvado Covid-19. A qual ficará visível durante um mês, até 22 de Julho.

E sim, a inauguração coincidirá com um jogo da "Portugal". É uma propositada atitude, atreita àquelas que não julgam ser necessário "concentrarmo-nos no que importa, a selecção...", como julgam alguns outros.

Para a acompanhar convocou-me um textinho. Coisas de uma amizade de 40 anos (!), de termos co-blogado no ma-schamba. E de nos irmos juntando para imprecar o mundo, mais o circundante, sublinho, do que aquele mais alhures, esse pelo qual ainda vamos tendo algum apreço. E também, decerto, porventura até mais do que tudo, numa sua provocação de meter este alheu a loar a fé alheia. 

Por tudo isso, e ainda que uma imagem valha um feixe de palavras - e em sendo dele ainda mais propriedade tem o dito -, aqui o junto: 

 

Relicário Sacro-Profano

Cerca de três dúzias de fotografias, é o que nos oferece o Miguel Valle de Figueiredo. Não um sacrário, qual arrumação de itens patrimoniais em pousio, para que nós os possamos desfrutar, como se flanando no remanso de uma mera sensibilidade, mascarada pela aparente fineza de um gosto que se assim se mostra cultivado. E se as imagens provêm dos quatro cantos do mundo, daqui e d’além-mar, não surgem aqui como o mapear de uma lusa diáspora, como agora se diz, ou um rememorar do padroado que tanto enfunou a vera gesta pátria.

Pois o autor mostra-nos, em cada fotografia e no seu todo, um presente no passado moldado: os ecos da crença motriz no Deus que socorre e alumia, que nos fez calcorrear mares e amarinhar montes e vales. Omnipresente na Sua tutela, sê-lo-á. Mas também um Deus portátil, aposto em cada peça, modesta ou monumental, pública no seu a céu aberto ou esconsa no fundo de uma gruta. Assim condensado para que não O ignoremos, para que a Ele queiramos acorrer, tanto em dias desesperados como nos da esperança dadivosa. No desamparo, no amparo. Na eterna dor, na fugaz alegria.

É notório, e notável, que apenas uma pessoa surja neste desfilar. Símbolo ela, nestes tempos revoltos, do sempre presente que tem essa vigência divina, vivida além das hierarquias rígidas e das comunidades semicerradas, da rispidez de dogmas e até mandamentos. Uma presença animada no crepitar do profano popular, esse colectivo de indivíduos feito, o constante emaranhado da nossa miríade de anseios de Bem e de… Futuro. E de um fundamento que nos guie, que “faça luz”. Em todos nós, cada um no seu rumo. Anseios que revivem, fazendo-nos ajoelhar ou só perfilar, aquando diante de cada uma destas representações. Por isso são elas procuradas, queridas. Amadas. Pois são o quotidiano. A vida.

04
Mar24

Há quatro anos

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toquei na minha mãe pela última vez. É certo que a, posteriormente consagrada, directora-geral da autoridade sanitária pública ainda nos viria convocar para visitarmos os nossos "mais-velhos", e que o nosso PR ainda andava, frenético país afora, em comemorações teatrais. Mas, face ao que já grassava na Itália e em Espanha, decidimos não visitar a mãe até que as coisas, que tão negras pareciam, viessem a serenar. Fui, fomos, à Ericeira dizer-lhe isso, afiançando-lhe a crença de que seria por pouco tempo, uma "maçada" apenas, algo a que ela, nonagenária lúcida, acedeu em acreditar.

Uma semana depois, a 13, a minha filha viajou de Inglaterra - no exacto dia em que Warwick, a sua universidade, encerrava por todo aquele ano lectivo (!) -, fui recebê-la ao aeroporto, ainda pejado de exultantes turistas nórdicos em busca de sol de Inverno, vinho barato e peixe grelhado, tal como no Tejo ainda aportavam os gigantes paquetes..., vil e incompetente coisa de país reduzido ao afã da "indústria turística". E, angustiados, seguimos directos para Sul do Tejo, onde amigos-verdadeiros irmãos abriram a levadiça do seu já confinamento para nos albergar. Dias depois o país confinou-se.

Algum tempo depois pude voltar, voltámos, a visitar a minha mãe, à distância sem beijos nem toques, no jardim frondoso da "Residência" onde vivia. E, em piores momentos, apartados por uma barreira de acrílico. Um dia, meses depois, ela, bastante enfraquecida por aquela clausura angustiante, disse-me e repetiu-me "és muito bonito, meu filho, és muito bonito", inédita hipérbole que atribuí a alguma anciã confusão intelectual e a um carinho saudoso. Era, afinal, uma despedida pois morreu poucos dias depois. Sem que eu a pudesse ver uma última vez, já no seu esquife, devido às exageradas restrições, nisso disparatadas, mesmo assarapantadas...

Andava eu acabrunhado, acabrunhadíssimo fiquei, entretanto talvez me tenha libertado do superlativo.               

E acabrunhados então andávamos, mesmo que não desistentes: o meu amigo Miguel Valle de Figueiredo - que é não só um bom fotógrafo mas também um homem como deve ser (Homem com H grande, dizia-se) - logo se apartou das angústias e saiu à rua para fotografar a cidade confinada, tendo editado o seu "Cidade Suspensa", a Lisboa dessa inicial era Covid. E depois, meses a fio, continuou a fotografar-nos. Acabrunhados, nisso até exaustos. Deixo aqui alguns de nós por ele fotografados.

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sentada.jpgPara quem se possa interessar: um dia deixei um relato longo dos dois primeiros meses de Covid em Portugal, chamando-lhe "O Capitão MacWhirr e o Covid-19". E julgo que qualquer leitor de Conrad logo pressentirá o seu conteúdo...

 

(Agradeço à equipa da SAPO o destaque dado a este postal)

14
Fev24

Exposição no Centenário de Ricardo Rangel

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Amanhã, dia 15 de Fevereiro, será inaugurada esta exposição comemorativa do centenário de Ricardo Rangel. Para quem esteja perto é mesmo imperativo...

(Há uns anos participei num colóquio de homenagem - já póstuma - ao fotógrafo. Para isso escrevi um esboço que depois concluí neste "A Lente Pertinente: Ricardo Rangel no "Pão Nosso de Cada Noite"".  

Para uma abordagem mais especializada proponho a leitura deste artigo de Bruna Triana, o "Restos de passados, fragmentos de histórias: memória, temporalidade e cidade nas fotografias de Ricardo Rangel (1950-1975)".)

 

04
Ago23

Miguel Valle de Figueiredo expõe na Ericeira

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Na Ericeira o  Miguel Valle de Figueiredo inaugura amanhã - sábado, 5 de Agosto, a partir das 18 horas, na Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva (o antigo Casino) - a Nha Belha. Avisa-nos de que se trata de "uma espécie de de exposição retrospectiva com 3 dúzias + 1 de imagens a preto e cores sobre a Ericeira", feitas desde 1980. E de que é também uma celebração, assinalando os 20 anos do lançamento do álbum "Ericeira, Mar de Tradições", com fotografias suas e texto de André Pipa.
 
O mvf é um aficionado da terra dos jagozes. Um belíssimo fotógrafo - e ainda melhor amigo, se tal for possível (tanto que um dia me fez o favor de me convocar um texto para uma sua exposição, a propósito de umas imagens suas sobre a Ilha de Moçambique).. E assim amanhã lá abandonarei as cercanias do Sado, cruzarei o Trancão, abalançando-me junto ao Lizandro. Até porque avisa ele que a sessão terá o sempre tão desejado patrocínio material - e nisso o apoio espiritual - da excelente Quinta das Carrafouchas, a qual há anos visitei com delongas, momento de que guardo tão prazerosa memória e saudade.
 
E aqui deixo duas fotografias (em baixa resolução) para exemplificar o que o mvf vai mostrar a partir de amanhã sobre a bela Ericeira. Forma de convite a passarem por lá:
 

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(Miguel Valle de Figueiredo, "Chegada da Faina, 1980)
 

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(Miguel Valle de Figueiredo, sem título, data incerta)

15
Out22

5 anos após os incêndios na Beira Alta

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(Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)

Passam hoje exactamente cinco anos sobre a segunda vaga dos incêndios de 2017 no distrito de Viseu, entre o concelho de Tondela e seus limítrofes, devastando a "Beira Alta", dessa vez causando mais de 40 mortos, a somar aos mais de 60 que haviam perecido durante o Verão anterior. Logo depois o meu amigo Miguel Valle de Figueiredo percorreu aquela região, que bem conhece pois os seus ascendentes dali eram oriundos, e durante três meses calcorreou mato, lugares, aldeias, vilas, encarou a gente que ali teima, desta ouvindo do horror de então e da violência posterior, advinda da arrogância burocrática de quem vem podendo - a memória desse trabalho foi publicada na "National Geographic", com texto de Gonçalo Pereira Rosa.

Nisso fotografou as "cinzas" promovidas pela fúria dos elementos, o desnorte nacional e a incúria estatal,. Enquanto uns, urbanos, se menearam vaidosos insanos, lamentando-se "de não ter tirado férias" ou, pelo contrário, "iam de férias" e pediam para "não os fazerem rir" a propósito destes e doutros assassinos fogos, e se gabavam de se preparar para as "cheias de inverno", inaugurando casas refeitas com dinheiro alheio, apregoando ter revolucionado as florestas como nunca desde a Idade Média, e se faziam entrevistar em quartel de bombeiros, o Miguel foi para aquele lá, verdadeiros "salvados" de um país que insiste em desistir de o querer ser por via do apreço que vota aos tocos que julga gente, e até elegível.

Dessas suas andanças, vindas do seu fervor de fotógrafo e do seu dever de cidadão, produziu um manancial iconográfico, uma verdadeiro arquivo para alimentar uma memória social do acontecido, deste sofrido que a história recente do país se mancomunou para gerar. E organizou a exposição "Cinzas" - paisagens, pois o pudor impeliu-o a evitar mostrar os retratos feitos dos violentados , 42 fotografias. A qual teve itinerância nacional. 

Agora, para assinalar os cinco anos sobre aquele momento a exposição é hoje mesmo, 15.10.2022, reapresentada em Tondela, no seu Quartel dos Bombeiros Voluntários, - concelho então tão devastado (só nele arderam mais de 400 casas, 219 das quais primeiras habitações). Será muito pedagógico ir lá ver o horror e desperdício que o mvf vagorosa e condoidamente captou. Para que não o esqueçamos. Mas também para que tomemos consciência de que, como diz agora o fotógrafo, "5 anos sobre o terrível incêndio que devastou grande parte da Beira Alta e, como se viu depois em Monchique ou mais recentemente na Serra da Estrela, independentemente de tudo (i.e. alterações climáticas), pouco se aprendeu, ou melhor, o que se aprendeu não serviu de muito na prevenção destas tragédias."

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 (Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)

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 (Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)

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 (Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)

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 (Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)

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 (Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)

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 (Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)

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 (Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)

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 (Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)

 

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(Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)

20
Ago22

Dia Mundial da Fotografia

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(Fotografia de Miguel Valle de Figueiredo)

Soube aqui que no actual calendário laico, o vigente, ontem foi o Dia da Fotografia. Eu, "grumpy old thing", como ainda agora me definiu uma querida e tão bela amiga - devido, ainda que presuma que não em exclusivo, a este postal -, preferiria que fosse o Dia dos Fotógrafos, os desse ofício abalroado por todos nós, pataratas munidos de instrumentos avalizados e olhares descalibrados.

Também por isso, mas não só, celebro o dia partilhando esta fotografia feita (sublinhe-se o "feita" enfrentando-se esta era do "tirada") pelo meu amigo Miguel Valle de Figueiredo , oficial graduado do ofício, e nisso uma lente sem cedências, aqui a olhar na ilha Reunião.

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Livro Torna-Viagem

O meu livro Torna-Viagem - uma colecção de uma centena de crónicas escritas nas últimas duas décadas - é uma publicação na plataforma editorial bookmundo, sendo vendido por encomenda. Para o comprar basta aceder por via desta ligação: Torna-viagem

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