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Nenhures

Nenhures

28
Jan25

Araújo Pereira & Leitão

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"Se quer estragar a noite a estas pessoas..." — Ricardo Araújo Pereira  "aborrecido" com Alexandra Leitão
 
Dada a ridícula bronca do deputado das malas, deixei-me ontem (após o resumo do interessante jogo Porto-Santa Clara) ver o programa de Ricardo Araújo Pereira, humorista que às vezes tem piada. Na segunda parte do programa foi entrevistada a nova candidata a presidente da Câmara de Lisboa, eleições que decorrerão em Setembro ou Outubro deste ano... Adianto que muito me irritam estas entrevistas mansas - até carinhosas - do humorista aos políticos, "humanizando-os" através do sorriso ligeiro. (E até porque me lembro dele a fazer isso com José Sócrates, mesmo até quando bem se sabia quem o homem era, é!).
 
Mas a entrevista a Alexandra Leitão foi interessante, pelo que anunciou sobre a entrevistada e interroga sobre o entrevistador. Foram dois pormaiores: 1) Leitão tem uma postura corporal controlada, decerto que por treino, patente no seu entrelaçar das mãos. Mas, ocasionalmente, ainda é mais forte do que esse treino, e nota-se-lhe a tendência para falar - mesmo naquele registo plácido - de indicador em riste. Algo muito denotativo do tipo de personalidade e atitude intelectual. 2) Araújo Pereira gozou, explicitamente, com o timbre vocal de Carlos Moedas. Leitão não se coibiu, riu-se e entrou na piadola sobre as características físicas do seu principal oponente nesta candidatura.
 
Quanto a Araújo Pereira, o cómico do regime, fica-me esta dúvida: será que daqui a uns tempos ele irá gozar com as características físicas de Leitão? E, já agora, será que Moedas - se confrontado com tal aleivosia - entrará "no jogo"?

03
Jan25

O Almirante Gouveia e Melo

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Consta que o almirante Gouveia e Melo se vai candidatar à presidência. Um tipo lembra-se que ele pôs em sentido os hunos das lideranças do PS, que já andavam a desviar vacinas do Covid e até simpatiza... O país não é uma fragata, nem um quartel, mas sim, alguém que dá ordem de comando àquelas tropas fandangas merece algum crédito..., até um "então onde é que é para meter a cruz?", meio "porque não?".
 
Mas leio agora no jornal que um grupo de maçónicos já se congrega em torno do nosso almirante. Alivia-me... Pois dessa gente aprendi o suficiente no rescaldo que nos confidenciou o Pierre Bezukhov - na imagem representado por Anthony Hopkins, num belo folhetim televisivo que vi bem antes de ler o livro (lera uma edição para juventude) e de... saber quem era o Hopkins. E depois disso nem é preciso saber mais nada, deles nos tempos actuais.
 
Ou seja, os "irmãos" estão com o almirante? Arranjem-me outro em quem votar, sff.

01
Nov24

Serviço público televisivo?

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Se eu fosse cidadão norte-americano votaria na candidatura presidencial do partido democrata. 

Dito isto, na terça-feira estava em zapping por causa do Rúben e dei com o Daily Show, apresentado por Jon Stewart. Em tempos, aquando em Moçambique, amiúde via este programa de entretenimento político, com assumido viés democrata. Fiquei agora a ver, na curiosidade de perceber o estado de espírito nas vésperas das eleições naquele país.

O primeiro terço foi de ridicularização do abjecto Trump. O restante foi uma bem conseguida (e decerto ensaiada) entrevista ao governador da Pennsylvania, estado fundamental no peculiar sistema eleitoral americano, e no qual as sondagens anunciam um despique muito renhido. Trata-se do democrata Josh Shapiro, antes anunciado como um dos 3 possíveis candidatos a vice-presidente nessa serôdia candidatura. Discorreu ele sobre a sua obra no Estado que governa, muito louvada pelo apresentador, e sobre como Harris se revê nisso, e sobre os méritos e perspectivas da candidata. E ainda sobre questões internacionais - em particular sobre Israel, num diálogo com Stewart, ambos apresentando-se como judeus críticos da actual situação. 

Ou seja, foi uma muito competente sessão de propaganda avessa ao, repito, abjecto Trump.

Fiquei apenas com uma dúvida. A que propósito é que um programa estrangeiro com este conteúdo político, e constante viés partidário, é transmitido no serviço público televisivo nacional (RTP 3)? Isto não será suficiente para demitir a direcção de programação?

19
Set22

O canal Eleven

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Estive a ver o Atletico-Real, o derby de Madrid. Interroguei-me como foi possível que o moçambicano Reinildo tenha jogado durante anos no Benfica B e naquilo dito BSAD, praticamente incógnito, e seja agora titular do poderoso Atlético. Alguém esteve a dormir nos clubes nacionais. E na imprensa "desportiva"...
 
Mas o que me traz aqui ao Muro dos Resmungos é coisa bem diferente. Os jogos espanhóis - e de outros campeonatos - são transmitidos por um canal televisivo chamado "Eleven" (não percebo porque se dá alvará a canais com nomes estrangeiros, deve ser efeito da pandemia de pirosice que grassa). A locução dos jogos neste canal é penosa, pois intercalada com mensagens que os espectadores vão enviando ao canal. Ou seja, está o Modric a ultapassar o Koke e a lançar o Rodrigo e vem o desengraçado locutor anunciar que "A Carolina diz que hoje o Vinicius vai marcar um golo". E se o arisco Correa se enche de brios a fazer o que o flácido João Felix nem imagina somos informados de que "o Marco aposta que hoje alguém será expulso"...
 
Mau feitio, o meu? Pois então tomai nota, e vede se de mim discordais: 38 minutos, andava o Federico Valverde a por a cabeça em água aos "colchoneros" - registai, que o rapaz se prepara para fazer o mesmo à delegação portuguesa ao Catar, coordenada pelo engenheiro Fernando Santos. E diz o locutor, no intervalo da leitura dos "tweets" que vai recebendo: "Valverde vai de vento em pompa"...
 
É isto mesmo, tuítes, elevens e ventos em pompas... E o canal paga-se.

02
Abr22

Bruce Willis

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Moonlighting: S1 - Best of David Addison (Bruce Willis)

"Modelo e Detective" (Moonlighting) era uma delícia. Ela (Cybil Shepherd) lindíssima e divertida, ele (Bruce Willis, antes de ser "o" Bruce Willis) engraçadíssimo. Devo ter visto e revisto todos os episódios, naqueles magníficos finais dos 1980s. Do resto do que Bruce Willis fez lembro o "O Sexto Sentido" e o "Pulp Fiction" - das coisas mais sobrevalorizadas de sempre (excepto a boa banda sonora e o parelha Travolta/Jackson que era divertida). Os outros filmes são-me uma amálgama de zapping que não distingo, excepto, como é óbvio, um filme "africano" com a Bellucci. E este por razões que serão óbvias. Enfim, está doente, acabou a carreira. É mesmo o fenecer, constante, da nossa geração.

28
Dez21

CNN Portugal

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Há algumas semanas uma estação televisiva portuguesa - há pouco adquirida por um colectivo polarizado por um industrial dos transportes com propaladas ligações ao poder político - atribuiu um dos seus canais ao molde de negócios "franchising", alocando-o ao rótulo CNN. Fê-lo com alarido, a pompa e a cerimónia da gala pirosa, e o vasto apregoar de Doutores comentadores apresentados como "vozes livres e independentes". E logo continuou o seu rumo noticioso que, dizem-me amigos atentos, segue afável para com os poderes incumbentes.
 
Aquando da "abertura" do canal - de facto, um mero "face-lifting" - muita gente, até minha amiga, jornalista e não só, reparou no assunto e saudou a chegada do que se aventou como uma diferente forma de jornalismo televisivo, mais intensa e abrangente, mais problematizadora, se se quiser, ecoando alguma competência e o perfil da estação-mãe, a já velha CNN americana.
 
Hoje o popular SLB mudou de treinador. O tal canal-franchising esteve (pelo menos) entre as 13.45 e as 14.45 a falar do assunto (julgo que antes já estaria, e que terá continuado, apenas refiro o período em que a minha tv esteve ligada), focando a sala de imprensa do Benfica, vazia, enquanto um vasto painel de comentadores dissertava sobre o assunto, tudo emoldurado por um banda sonora repetitiva, um instrumental potenciador de ansiedade. Após as "importantes" declarações, ainda que curtas, do presidente e do treinador de futebol, o painel perorou durante alguns minutos sobre o verdadeiro conteúdo do abraço que ambos haviam trocado.
 
Ou seja, e goste-se ou não da CNN original, em termos de "franchising" isto é o mesmo do que um tipo ir a um Burger King português e comer bacalhau à Brás ou rojões à moda do Minho. Ou, para me centrar no "franchising" na imprensa portuguesa, comprar a National Geographic portuguesa e encontrar uma revista de tipas nuas ou o Le Monde Diplomatique português e receber uma revista de culinária. Por outras palavras, este canal da TVI é uma pura fraude. E são fraudulentos todos os tais Doutores comentadores que ali são colaboradores avençados (de facto sendo colaboracionistas em tamanha fraude).
 
Mas isso ainda é o menos... O que realmente me irrita é a patetice desses que eu conheço que ainda atentaram, saudaram e até aventaram sucessos, a esta tralha mais-do-que-anunciada. Como saberão os que por aqui passam, elementos femininos da minha família vedam-me o uso público do vernáculo. E não será em plena quadra festiva, ainda a 10 dias do libertador Dia de Reis, que vou agredir essa vontade das que me são tão queridas. Por isso fico-me com esta invectiva, dedicada a esses amigos ainda apatetados: ide comer filhoses!! E interpretem-na, à invectiva, como deve ser, pois ida de mim.

02
Dez21

Júlio Isidro e Paulo Dentinho

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O Paulo Dentinho é um jornalista da RTP que, entre inúmeras outras tarefas, foi correspondente em Moçambique entre 1997 e 2000, papel no qual se muito se notabilizou. Foi então que nos conhecemos. E, decerto que pelo gosto nas memórias dessa época, de vez em quando tem a paciência de me aturar à mesa, local onde peroramos sobre os bens e os males do mundo.

O Dente é um grande repórter - o que se nota ainda mais num país onde escasseia esse tipo de profissional. E é um gajo porreiro, algo que em alguns segmentos da vida também escasseia. Enfim, há alguns anos um governo dito de "centro direita" - e o qual ele zurzia sistematicamente, algo "gauchiste" que segue - convidou-o para chefiar a informação do canal estatal, coisa inusitada no país que somos. Funções que exerceu durante alguns anos, seguindo com evidente sucesso a sua deontologia de "jornalista não amestrado". Passados alguns anos um outro governo, dito de "esquerda", substituiu-o, o que é normal dado não serem eternos os cargos. E por ser conhecido o apreço possidente pelos "amestrados", funcionários ou avençados. E a RTP emprateleirou-o, o que já não me parece assim tão normal. Ainda que seja, sabe-se, habitual.

 

 

13
Nov21

Um café (sem uísque)

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O José Navarro de Andrade (de quem sou co-bloguista no Delito de Opinião e no sportinguista És a Nossa Fé) estreou a semana passada o seu programa de entrevistas "Vamos Beber Um Café..." - que passa na RTP2 mas pode ser visto ad aeternum na RTP Play. O Navarro tem a coisa (muito) boa de ser um entrevistador que interpela os seus entrevistados, assim evitando a conversa mole e as proclamações autorais, até pomposas (estas muito em especial habituais nos consagrados). Vi hoje à tarde o primeiro programa: tem uma entrevista muito interessante com a escritora Djaimilia Pereira de Almeida (que acaba de publicar o romance "Maremoto"), a qual nunca li mas que decerto irei ler depois de a ver aqui. Pois é uma entrevistada como deve ser, sem poses, sem "atitudes", e cheia de pertinência e entusiasmo a falar do seu livro e da sua escrita. Segue-se uma entrevista com o escritor Jaime Rocha, a propósito da sua peça versão da "Filoctetes" de Sófocles - e de repente um tipo pode ver uma interessante e animada conversa sobre tragédia grega e sua refracção actual. Coisa rara e preciosa nos tempos actuais.

Deixo as entrevistas para quem tenha vagar...

(Vamos Beber Um Café..., episódio 1: entrevista a Djaimilia Pereira de Almeida)

(Vamos Beber Um Café..., episódio 1: entrevista a Jaime Rocha)

13
Nov21

Recursos Desumanos

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Uma amiga telefonou-me a chamar a atenção para este folhetim televisivo, num "lembrei-me de ti, pareces o protagonista...", em risonho sarcasmo a embrulhar, percebo-a, o seu carinho diante do fingimento do desespero que deveras desespera...
 
Sorri, acedi clandestino à Netflix, e vi. O Grande Eric Cantona é o tal rústico protagonista e segue excelente! E recomendo a historieta, tudo aquilo muito bem conseguido.
 

(Bande annonce de Dérapages (Série ARTE, Mandarin Télévision 2020) - ARTE, Netflix)

14
Out21

William Shatner no Espaço

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Posso resmungar, avesso a esta explosão do turismo espacial dinamizada pelos multibilionários - tal e qual o príncipe William, o que mesmo assim não servirá para evitar as invectivas e perdigotos de alguns, logo apupando-me (e ao príncipe, se calhar) como "marxista cultural". Mas mesmo assim vibro com esta notícia de que, aos seus 90 anos, William Shatner, o lendário capitão Kirk da "Star Trek" - série celebrizada nessa magnífica época em que não seria politicamente obrigatório reduzir os heróis Kirk & Spock a um casal homossexual - foi ontem ao espaço. É mesmo caso para entoar esta velha "Where's Capt. Kirk?", que fez algum furor na sua época. E clamar, em frenesim de pogo, "está no espaço...".

(Spizz Energi, "Where's Capt. Kirk")

Mas esta sideral aparição do nonagenário Shatner faz-me regressar ao que dele preferi, a deliciosa série televisiva "Boston Legal", na qual ele surgia como o magistral Denny Crane. Botei sobre essa minha admiração em 2011. E transcrevo agora o postal, não só como memória encantada mas também porque aquela minha apreensão me parece muito actual, até face às tropelias que se vão fazendo aos heróis de ficção:

*****

Só agora sigo na Tvcabo Boston Legal (e apenas para fazer esta entrada sei que a série acabou em 2008). Uma delícia, muito para além de mais-uma-série-de-advogados. Boa produção, e sobre isso passo, ainda que tenha que notar representação e diálogos. Mas o interesse vem ainda mais na forma como transpira a América de Bush, sistematicamente posta no banco dos réus e zurzida pelo nada correcto (mas hiper-contido) Alan Shore (James Spader). Série assim "liberal" casa, e de que modo, com o fantástico até misógino, supra-nada correcto, Denny Crane (o lendário William Shatner, uma espantosa revelação, grande actor). Ou seja como se pode fazer, e em plenos EUA, uma radical crítica dos pressupostos mais direitistas sem cair nas garras da intolerância puritana do "correctismo" que tanto tem azucrinado as pessoas de bem por esse mundo afora.

Depois há uma outra coisa que vale ... platina. A recuperação da amizade máscula, Alan Shore e Denny .... Crane (grande personagem) são uma parelha como as antigas. Numa era em que se deslizou da horrível homofobia para a pérfida homofilia é uma maravilha, e até uma atitude política, assistir a esta dupla, bebedora, fumadora, dois homens amigos. Homens díspares amigos. Boston Legal é (foi?) um manifesto. Elegante, nada linear.

E como não ser fan de

[Denny Crane, 6'59'']

E friso que o meu primeiro olhar para a série foi apenas por causa da recordação do velho "Caminho das Estrelas" ...

 

Bloguista

Livro Torna-Viagem

O meu livro Torna-Viagem - uma colecção de uma centena de crónicas escritas nas últimas duas décadas - é uma publicação na plataforma editorial bookmundo, sendo vendido por encomenda. Para o comprar basta aceder por via desta ligação: Torna-viagem

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