Rushdie Comes Again
(Fotografia de Richard Burbridge)
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(Fotografia de Richard Burbridge)
Aqui deixei nota da minha preferência pelas revistas antigas, com os anos passados sobre a sua edição a depositarem uma pátina, um composto químico de carinho e ironia, sobre as grandes proclamações, inevitabilidades, sensações e novidades que nelas se anunciam, algo que me delicia como leitor retardatário. No fundo, é a produção do ambicionado "olhar distanciado", coisa que o decorrer dos tempos ajuda a florir ainda que não seja - nem de perto nem de longe - factor suficiente. Mas nem sempre é esse o fruto desta distância, há casos em que um exemplar antigo nos surprende, na sua qualidade e pertinência, num espontâneo "caramba, já faziam coisas assim naquele tempo?", óbvia distracção a confundir o pó (e odor) acumulado em meia dúzia de anos com uma evidência de eras bem transactas, qual verdadeira "escavação" na história intelectual...
Tenho a casa atafulhada dessas velhas revistas, grande parte delas legado paterno e algumas até de origem avoenga, e vou folheando-as por desfastio. Para por vezes me encantar, com peças mais excêntricas ou recuadas ou, como agora, com algo bem mais vizinho, um belíssimo produto lisboeta com apenas meia dúzia de anos. Falo do nº 144 (Inverno 2016/2017) da LER, revista com a qual durante tive uma relação de completo evitamento, abominando-lhe paginação, corpo de letra e, acima de tudo, as cores do miolo - uma malvada conspiração gráfica que a fazia verdadeiramente ilegível, e isso numa época em que eu nem sequer usava óculos. Felizmente há já bastante tempo que a publicação sofreu uma revolução "artística", tornando-a acessível ao "povo óptico", decerto que sob o glosado lema "a revista a quem a leia..."
Pois esta LER 144 é uma preciosidade: pela panóplia das então "novidades" editoriais e os necessários debates / polémicas - e o Nobel acabara de ser atribuído a Dylan, algo que fora um abalo tectónico no "campo literário". E nas rubricas habituais, como a coluna de Eugénio Lisboa, veemente no resmungo com James Joyce (iconoclastia que vem continuando, nas suas magníficas entradas no De Rerum Natura). Ou em peças mais construídas, como um interessante artigo de Vasco Rosa sobre o início da carreira literária de Raul Brandão, enorme escritor que muito mais deveria ser lido, e cujo centenário então se comemorava, ou uma abrangente entrevista de António Araújo sobre o seu livro "Da Direita à Esquerda" (que nunca li mas que aceitarei emprestado). Tudo isto quase culminando em dois preciosos, de fundamentais, artigos: "Liberdade vs Politicamente Correcto", de Camille Paglia, e "O Firme Princípio da Liberdade" de Timothy Garton Ash. Enfim, tudo isto será suficiente para transformar esta "revista velha" em algo de muito apetecível, pelo interesse e pela actualidade.
Mas de facto tem ainda mais: uma entrevista (de 6 páginas, realizada por Isabel Lucas) de Salman Rushdie, feita aquando da sua visita a um festival literário em Óbidos. A qual tem uma parcela comovente, na qual o escritor - então aproximando-se de septuagenário - alude ao final, em 2000, do longo período em que viveu sob protecção devido à condenação à morte emitida pelo terrorismo estatal iraniano. Dizia ele: "Ter aquele aparato de segurança durante 11 anos e de repente decidiram parar. Para mim, 48 horas depois foi como se nunca tivesse acontecido. (...) É tão maravilhoso. (...) Só penso nisso quando tenho de responder a perguntas de jornalistas. O resto do tempo estou a ter uma vida normal. (...)
Eu não sou uma metáfora. Sou uma pessoa. Não me sinto metafórico, mas muito exa[c]to, concreto. Fiquei muito cansado disso tudo, porque já não vivo mais assim. Houve um tempo em que sim, e agora, e desde há muito tempo, não. Estou muito interessado no que se passa no mundo, mas essa já não é a minha história. É a história de outras pessoas. O meu capítulo particular terminou." (pp. 104-105).
Anos passados, e face aos efeitos devastadores do brutal atentado que Rushdie veio a sofrer já este ano, estas declarações, a crença que nelas vivia, são comoventes. E servem-me também para sublinhar o meu desprezo pelos políticos da "esquerda socialista" que fazem gala em matizar o repúdio face ao terrorismo do fascismo islâmico - algo sobre o qual, metendo o nome aos bois, botei neste postal.
(Visita presidencial a Moçambique, 1997: Hilário, Chissano, Coluna, Sampaio, Acúrsio, Eusébio. Desconheço a autoria da fotografia).
O Pedro Correia salientou (no Delito de Opinião 1, 2) a recente generalizada homenagem ao antigo presidente da República Jorge Sampaio - sobre o qual deixei memória da minha simpatia (1, 2). Foi notório ter esse luto suspendido críticas ao político. Sampaio foi um líder estudantil durante o Estado Novo tardio, e veio a integrar a via radical do socialismo português. E depois já como secretário-geral do PS e durante sua presidência da câmara da capital deu corpo à velha palavra de ordem do PCP, a "maioria de esquerda". Assim sendo uma evidente influência para o cenário actual. E foi presidente da República durante uma década, convulsa. Esse percurso de seis décadas de preenchida e complexa actividade política dá azo a diferentes interpretações e avaliações. Mas na sua morte a sociedade portuguesa, suas instâncias estatais e outras organizações, a imprensa, bem como a miríade de opinadores na cidadania telemática, saiu a homenageá-lo. E os que a isso não se quiseram associar pelo menos evitaram críticas aceradas.
Isso tem sido recorrente, considerado curial, na morte dos políticos deste regime. Desde a emotiva reacção às traumáticas mortes de Sá Carneiro e Amaro da Costa, às reacções respeitosas e até condoídas face às relativamente precoces de Mota Pinto, Lucas Pires, Luís Sá ou Barros Moura, ou às mais recentes de Jorge Coelho e Pina Moura, exemplos entre tantos outros. Disso ainda mais significativo foram as reacções gerais aquando da morte de anciãos relevantes no regime, como Freitas do Amaral, Mário Soares ou Álvaro Cunhal. É evidente que sempre se mantém a pertinência da análise crítica (ou mesmo das meras invectivas) a posteriori. Mas o relevante, repito, é que em todas esses momentos houve um luto, implícito que seja, e um sufragar da importância desses indivíduos assente num evitamento crítico e num colectivo de elogios - por vezes até demasiado enfáticos, quiçá condizentes com a recente crítica do nonagenário Eugénio Lisboa ao modo português de produzir eulogias.
Claro que há sempre excepções, em especial nas "redes sociais" - ou seja, individuais e não editadas. Mas não só são sempre muito minoritárias como acabam por convocar sanções morais, nem que seja a mera sensação de "isso fica mal". Nesse âmbito haverá duas excepções mais significativas: as reacções desabridas de alguns pequenos nichos gerontes de oriundos/regressados das ex-colónias aquando da morte de Soares e também de Almeida Santos - as quais abordei aqui, aquando da morte de Soares: "trata-se de um envelhecido e traumatizado universo social [que] nunca abandonará a sua visão e os seus mitos (...) [e] a mágoa de um universo de portugueses vítimas da história, de facto vítimas do tardo-colonialismo do Estado Novo. Soares ficou-lhes, a esses meus compatriotas, até porque algemados a uma pobre e ignorante visão da história que precisa de autores, da antropomorfização causal, não como o símbolo mas como o agente do necessário e justo fim do colonialismo, para eles entendido como desnecessário, injusto e traição". Mas em geral vigorou a tal suspensão crítica, o período de nojo.
Também sobre os "militares de Abril", sejam os directamente envolvidos nas operações de 16 de Março e de 25 de Abril como os que vieram a ter papéis de alguma relevância no período posterior, o tom tem sido o mesmo. Desde o infausto destino de Ramiro Correia, afogado na lagoa do Bilene logo em 1977, à morte precoce de Salgueiro Maia, às bem posteriores do meu querido Aventino Teixeira, Melo Antunes, Carlos Fabião ou Costa Martins, até aos recentes falecimentos de Luís Macedo e Dinis de Almeida, passando pelos dos então mais relevantes, como Costa Gomes, Spínola ou Vasco Gonçalves, em nenhum desses momentos terá havido uma explosão de azedume. Os que lhe eram mais próximos, afectiva e/ou ideologicamente, homenagearam com a ênfase que lhes foi possível e o conteúdo que entenderam. Os outros assistiram. E os mais avessos a cada um desses indivíduos ter-se-ão eximido a desvalorizações públicas. Neste âmbito também encontro o mesmo tipo de excepção, o acinte com que alguns núcleos de regressados das ex-colónias receberam a morte de Rosa Coutinho, muito devido à avaliação crítica que faziam da sua acção como Alto-Comissário em Angola no período de transição para Angola - algo significativamente contrastante com o acontecido na morte de Victor Crespo, antigo Alto-Comissário em Moçambique. E também, ainda que oriundo de locutores de crença ideológica contrária, algumas invectivas que surgiram na morte de Jaime Neves, muito devidas a algumas das perspectivas avessas à democraticidade do 25 de Novembro.
E a isto se pode associar que não há no discurso público uma tendência invectivadora dos sobreviventes desse núcleo militar, ele próprio ideologicamente bem diferenciado, entre Sanches Osório e Mário Tomé, para exemplificar. De facto, por vezes vêm-se invectivas a Vasco Lourenço, muito devidas às suas algo truculentas proclamações, qua terratenente do regime, naquele tópico do "não fizemos o 25 de Abril para isto" quando o eleitorado vota ao invés das suas preferências. Mas essas são reacções - normais, legítimas - às suas posições actuais e não devidas, pura e simplesmente, a ser ele um "capitão de Abril". Ainda que sendo essa condição simbólica convocada por Lourenço para basear as suas proclamações políticas, se torne ela própria um argumento do contraditório que então se ergue contra esse militar.
Em suma, grosso modo e com excepção de muito minoritários núcleos irredentistas do "anterior regime", há em geral um apego ou relativa placidez face aos "militares de Abril" sobreviventes. E a generalidade dos cidadãos, nas suas diferenças ideológicas, vêm acolhendo com comoção e/ou respeito a morte dos "militares de Abril", agentes do momento fundacional do regime, e dos políticos que neste vêm sendo relevantes. Nisso assumindo os implícitos ditames culturais face à morte.
Há uma excepção, a qual se realça nestas comparações. A alargada reacção negativa na recente morte de Otelo Saraiva de Carvalho. A razão é simples, ter ele inspirado e dirigido um grupo terrorista que, em democracia, durante mais de meia década organizou e executou inúmeros atentados, assassinando 17 pessoas. Não tendo depois cumprido a pena devida, nunca tendo reconhecido os actos, mantendo sempre uma narrativa falsária da história, nunca se tendo retractado das vis acções cometidas.
Convém reafirmar que o movimento terrorista de Carvalho, as FP-25, não medrou num contexto que permita aos democratas atribuir-lhe alguma justificação histórica - uma "razão histórica" - mesmo que mantendo uma aversão aos seus métodos. Poderá ser que tenha tido alguma inspiração (um torpe romantismo) nas guerrilhas sul-americanas coevas, mas essas reagiam a violentos regimes de extracção fascista. E não podia reclamar fundamentos numa identidade cultural/nacional, como a ETA ou IRA, nem tão pouco associar a oposição à inicial democracia portuguesa à luta contra a ditadura franquista. De facto as FP-25 foram um estuporado e maligno tumor na sociedade portuguesa, só comparável (por analogia que seja) às Brigadas Vermelhas e Baader-Meinhof: sem ditadura para enfrentar, sem movimento sociopolítico que as ancorasse, sem putativa identidade histórica para reclamar. Apenas um conjunto de comunistas (então ditos "esquerdistas") fundamentalistas e desatinados. Terroristas assassinos.
Diante deste processo podemos notar as manobras de falsificação da história, que apenas querem fundamentar a acção política actual. A mais imediata é a reclamação de que "Otelo" (esse manuseio do nome próprio como estratégia de aproximação e de santificação do indivíduo) é o símbolo do 25 de Abril, nisso da Liberdade. Ora como qualquer um deveria saber não há símbolos "naturais", como se obrigatórios. Os símbolos escolhem-se, alteram-se. Carvalho foi o operacional fundamental das manobras militares de 25 de Abril. E foi-se tornando "símbolo" dada a sua personalidade voluntarista e desabrida mas muito pela intensa agit-prop do universo que se congregou nos GDUPS, base da sua campanha presidencial de 1976. E essa sua dimensão simbólica foi diminuindo por várias razões. Em primeiro lugar porque pouco simpático à maioria dos simpatizantes de outras ideologias, e porque havia outros militares bem-queridos e simbólicos para outras forças partidárias - o "Vasco" para os do PCP, o episódico "Vasco só há um, o Lourenço e mais nenhum" para os dos outros grandes partidos, que depois foram transitando para o apreço ao "Eanes" ou ao "Jaime Neves", nisso também reclamando o 25 de Novembro como data também fundacional da democracia liberal que sistematicamente sufraga(va)m nas eleições.
E "Otelo" viu esgarçar-se ainda mais a sua dimensão simbólica desde os finais dos anos 1980s. Exactamente pelo seu envolvimento no terrorismo e pelo longo processo jurídico que o desvendou - para os que apenas se lembram do "caso Maddie" ou do "Casa Pia" conviria recordar o quão mais traumático foi para a sociedade o processo das FP-25. E essa foi também a época em que a simbolização pessoal do 25 de Abril se foi desviando, encarnando na figura de Salgueiro Maia devido a um feixe de razões: pelo facto de ter sido um muito visível e determinado operacional da revolução; por ter um perfil castrense, tendo-se eximido a intervenções políticas, o que o tornava um material simbólico mais pacífico para a generalidade dos democratas; por ter sido alvo de algum destratamento da hierarquia militar; pelo comportamento indigno que para com ele teve o governo chefiado por Cavaco Silva. E, evidentemente, pela sua morte precoce, dínamo de uma comoção simbolizadora.
Ou seja, o estatuto simbólico de Carvalho não foi perene. Foi-se esvaindo, excepto para os que com ele comungavam ideais de radicalismo ideológico. Acontece que o estatuto simbólico de Salgueiro Maia também se foi desvanecendo, com o correr do tempo. Pois Maia havia morrido e, acima de tudo, porque esse estatuto não ancorava em grupos orgânicos de pertença ideológica - para além do difuso apreço pela democracia, essa rotina pouco exaltante e, como tal, fraco motor para grandes construções míticas e personalizações simbólicas contemporâneas. Enquanto Carvalho - o "Otelo" dos dislates tonitruantes - estava por aqui, acarinhado pelos grupos de extrema-esquerda, requestado pela imprensa feita por gente moldada no "radicalismo pequeno-burguês de fachada socialista". E nesse fluir dos anos estes núcleos, de esquerdistas e de preguiçosos intelectuais feitos, foram fazendo por reatribuir ao terrorista Carvalho o estatuto de símbolo.
Nisso procuram consagrar o seu ideário político, feito de alguma ideologia - quantas vezes difusa e atrapalhada - e de muita afectividade, uma sonsa erotização do político, fazendo por a ele reduzir o 25 de Abril, seus motivos e seus corolários. E para isso usam a constante falsificação da história. Elidindo o quanto podem a existência das FP-25, escondendo a intensidade dos seus actos, refutando a participação de Carvalho. Mentindo, explícita e implicitamente. E, talvez o mais abjecto de tudo, sempre reduzindo o papel de Carvalho em tudo isso a um devaneio, uma ingenuidade. Quando muito a uma tendência para a asneira. E invectivando de "fascistas" ou de "extrema-direita", "adversários da democracia" aqueles que os percebem e que se oposeram e opõem às aleivosias de Carvalho e dos seus "camaradas", bem como a estas aldrabices "revisionistas" que estes locutores vão proferindo.
E entretanto o Bloco de Esquerda - essa amálgama ideológica-afectiva da qual brotam estes "revisionistas" da história, que há anos coligou a miríade desses grupos de extrema-esquerda, e que se poderá dizer como aggiornamento dos velhos GDUPS, por mais que se reclame de transmutação social-democrata - continua a integrar nas suas candidaturas vários criminosos, condenados por crimes de sangue no caso das FP-25. Os quais não só não cumpriram as penas como se recusam à mera retractação. E nesta atrevida e falsificacionista versão da História e do Presente afirmam-se eles, esse amálgama coligada, os "democratas". E seremos todos nós, outros, os anti-democratas, pois avessos ao terrorismo ou à sua redução a uma insignificante, singela, até juvenil "asneira", e ao ideário extremista que acalentou todo aquele bombismo assassino.
Este recente artigo é um exemplo tétrico do conluio com estas manobras de elisão manipuladora da história e do presente, desta reclamação da justeza dos afectos - e da colaboração actual - com os terroristas, acompanhada da invectiva insultuosa para com os democratas que se erguem contra a memória dos terrorismo e contra a actual falsificação da história. Trata-se de um texto de página inteira do jornal "Público". A descrição da sua autoria vem acompanhada das instituições públicas nas quais trabalha o colunista - o que é uma prática sublinhadora da relevância do autor e dos seus textos, uma costumeira estratégia de "sacralização". Trata-se de um elogio veemente de Carvalho, apesar das suas "contradições". É significativo que no longo texto sejam usados 6 acrónimos (PREC, MFA, SAAL, RALIS, UE, CEE), alguns dos quais sendo repetidos, mas que não compareça o "FP-25". De facto, a longa actividade terrorista de Carvalho é descrita apenas como "levou longe demais o seu radicalismo ingénuo" por isso tendo-se "perdido nas teias da violência". E nós, aqueles que não nos curvámos na sua morte, como é o hábito desde há décadas nas mortes dos agentes políticos, somos insultados como esse "Portugal ressabiado com a Liberdade e com a Responsabilidade".
O "Público" de Manuel Carvalho, que diante de um texto ocasional com uns dislates sobre vacinação sente necessidade de expressar o seu repúdio e até de o apagar, nada se sente com uma manobra destas, uma verdadeira produção de amnésia social e uma desvalorização do terrorismo nacional. Um conúbio com o mal. Que vem inscrita num coluna periódica. E as instituições públicas que neste órgão privado são feitas subscrever esta peça? Acham normal, e silenciam-se. Tal como todos os que nela trabalham. Assim sendo, seguem coniventes os lentes. E nós, futricas, somos ditos ressabiados.
Ficaremos então nós, democratas, como o fazemos desde há décadas, segundo os ênfases ditados pelas nossas preferências ideológicas e afectivas, a respeitar os notórios e até ilustres que vão morrendo. E vivendo. E a desprezar aqueles que terroristas. E os convictos falsários da História, daqueles admiradores. E, já agora, os que se silenciam diante destas aleivosias.
Na sequência do assassinato do professor francês Samuel Paty, devido a ter mostrado caricaturas aos seus alunos, a pastora da Igreja Protestante de Roubaix, Sandrine Maurot, convidou os crentes de todas as religiões a "publicarem uma caricatura na sua própria religião, defendendo a liberdade de expressão".
(O meu muito laico sportinguismo é o meu sentimento mais próximo, ainda que imensamente distante, da religiosidade. Ou seja, resta-me isto ...)
Quando te digo para não cederes ao politicamente correcto não estou a ser o tal pai apenas velho e reaccionário, que decerto pareço. E não, não estou a ser apenas o tal pai que despreza, visceralmente, a turba de demagogos - quantos deles meu colegas antropólogos ou similares - sequiosos dos financiamentos socratistas ou quejandos, viçosos na estufa do "Choupal até à Lapa", de Telheiras ao Bairro Alto, e tão loquazes na defesa da "tolerância" e no ataque a nós-todos, "brancos" "ocidentais" (excepto eles próprios, porque homossexuais aka gays, guevaristas, "genderistas" ou tralhas semelhantes).
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