Adoro Tintin. Cresci com ele, "li-lhe" as aventuras (em português e francês) bem antes de saber ler (ainda tenho um esfarrapado "Sceptre de Ottokar", daqueles de lombada de pano, sobrevivente destas cinco décadas de usos e ofertas e contra-ofertas). Tenho a colecção (quase) toda do "Tintin" semanal, que começou aos meus 4 anos. E sou, existencialmente, um verdadeiro haddockiano. Nisso releio Tintin, sempre. No último ano em Bruxelas visitei, religiosamente, alguns dos "seus" sítios (a "sua" "primeira casa", por exemplo). E reli-o, na sua pátria.
Para mais serve-me, desde que sou trintão, para medir algumas das pessoas da paisagem. Pois vou-me deparando com gente, académica e jornalística, que perora sobre o racismo em Tintin, o de Hergé, porque o "Tintin no Congo etc e tal" .... É "tiro e queda", mal ouço a ladainha fica o diagnóstico feito: eis um panfletário ignorante e/ou aldrabão. Adepto das simplificações e da indústria das "denúncias". Uns apenas invectivam, com ar abespinhado e sapiente, menosprezando as leituras alheias. E uns, ainda mais mariolas, escrevem artigos (que vão a "revisão por pares") em revistas. E até teses. Assunto? Repito, o racismo em Tintin, porque o "Tintin no Congo etc e tal ...". Quanto a isso de ler, ler, pensar? Para quê, se pode por em causa a "denúncia"? A(s) causa(s)?
Vem isto a propósito (verbalizar o desprezo por estes mariolas vem sempre a propósito) de que um vizinho bloguista ontem me deu a conhecer um sítio onde estão acessíveis todos os 23 livros de Tintin (mais o Lago dos Tubarões e o incompleto Alpha-Art) e ainda alguns extras. Sei que ler BD no computador não é a mesma coisa. Mas isto é um pequeno tesouro.
Gravação rápida e acesso sem publicidades ou inscrições necessárias. Fica aqui o acesso: http://www.delplanche.be/integrale_tintin/