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Mai22
Ucrânia vence o festival da Eurovisão
jpt
(Postal para o meu mural de Facebook)
Por aqui, uns vasculhando outros mais à superfície, partilham os operáticos, por hoje lamentando a morte "da" (comme il faut) Berganza, os etno-ouvintes, agora mais dados à kora do que à cítara e quase nada à flamencada, os nacionaleiros, "que não há como o fado/a marrabenta/...", a malta do jazz - mas não muito "free" -, dos standards ou das lendas - ainda que Dexter siga esquecido -, e menos do actual, aqueles do canto de intervenção, Fausto ou Violeta Parra, muito mais Karajan do que James Last, os memorialistas, - esses do slow "com que roçaguei a Maria(na)/o Manel" -, os do rock, progressivo, indie, southern, n'roll, até heavy, and &, e os da "chanson", française, ou da sempre MPB, mas sem o grande Roberto Carlos noto, um ou outro escasso do blues, e nem discuto se R&B, e, claro, os dos crooners, alguns do Patxi Andión e vizinhos andaluzes, e há até quem se lembre de Savall, e ainda restarão uns já anciãos, balbuciando "inesquecíveis" pérolas do festival de San Remo.
Dito todo este quotidiano não deixo de sorrir ao vê-los, empertigados em pantomina, discutindo o Festival da "Canção" na Eurovisão de ontem. Os "faxos" e os "comunas" irritados, os "intelectuais", ditos melómanos, lamentando da justeza dos resultados, dos "interesses" envolvidos, das qualidades dos intervenientes, da subalternização da "música" à "política" e isso.
Enfim, não vejo um festival desses desde o "sobe, sobe, balão sobe" ou das rutilantes "Doce". Mas se os devastados ucranianos vibraram com a sua vitória, um décimo que seja do que os tontos lusos há anos com aquela tralha do rapaz que dá traques em palco... então ainda bem.