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Nenhures

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Amiga lamenta que siga eu desatento às temáticas económicas, relapso em reflexões sobre a matéria, falho em leituras dedicadas àquela produção, sua circulação e posterior consumo. Apoda-me até de "liberal", como se assim desapegado aos males do mundo e concomitantes panaceias. Nisto aqui quero provar-lhe que não estará ela totalmente certa, pois mesmo se seguindo leigo algo me debruço sobre tais fluxos. Pois são eles que me convocam para este breve "Whisky", pequeno bric-a-brac de bolso publicado há já duas décadas e que algum acaso viajante transportou até a estas estantes. Com oportunas e pequenas invocações literárias nele se resume a história do "licor divino", como com total acerto cantou Stevenson esta vera água da vida, aqui apresentada em encoberta epígrafe sob o paradoxal "O amor faz girar o mundo? Nem pensar! / O whisky fá-lo girar duas vezes mais depressa." Aos incautos, e até abstémios, explica a diferença entre os uísques de malte e de misturas de cereais, e partilha algumas informações sobre o modus faciendi de todo este caldear. Oferece ainda um breve e colorido roteiro das zonas de produção e um rol de destilarias históricas, algumas celebérrimas outras que ressoarão apenas aos deveras "conhecedores", óbvia sobrevivência dos tempos idos em que livros serviam de guias de viagens, sucessores dos velhos pisteiros. 

E depois tem um parco tratado, algo analisável pelo que passei anos a ensinar, se bem se mal não serei eu a ajuizar - apesar deste meu auto-barómetro sempre impiedoso -, aquilo da "antropologia da economia", o aquilatar o peso das mundivisões nas formas dos tais fluxos ditos económicos e nas perorações que sobre eles os doutos vão fazendo. Reza assim o "tractatus economicus" sobre o uísque: "O whiksy é a mais nobre invenção desta ilha, a única impossível de ser imitada no Japão, misteriosamente única, ao mesmo tempo sedosa e explosiva, leal e traiçoeira, revigorante e entorpecedora, uma espécie de soro demoníaco perfumado pela urze dos campos que desafia os climas e os fusos horários" (Alan Brien, no Sunday Times, citado na p. 35).

Sorrio, diante de mais esta mitografia economicista. É ainda manhã mas violo os mandamentos e sirvo-me de um uísque, infelizmente não japonês, que a massa monetária disponível tal não me permite. E vou ler os jornais desportivos ...

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