Se alguém quiser utilizar um olhar póscolonial sobre esta fotografia terá um manancial para "análise crítica": o "investigador" manifestamente branco, notoriamente burguês (atentai no ventre rotundo) e, pior do que tudo, presumivelmente - julgo eu - heterossexual. Um vero agente tóxico. Ainda por cima, vede, aqui captado ao centro da fotografia, assim individualizado ("agenciado"?) defronte a uma mole de africanos pós-colonizados, captados em amálgama despersonalizadora e exotizadora, qual paisagem assim desumanizada.
Dito isto, acabei agora de escrever uma memória de quando tinha aquele ventre rotundo. Um texto, longo e escolástico, sobre antropologia em Moçambique. Pode ser que interesse a alguém. Ou até, minha presunção e água benta, ser útil a esse alguém. Bastará clicar e gravar neste título: "Rumos da Antropologia em Moçambique"