Uma década após Eduardo White
De manhã recebo no telefone o programa do simpósio realizado hoje na AEMO, dedicado ao Eduardo White. "Já passaram dez anos?!!!", assusto-me. E sim, logo comprovo, cumpriu-se há cinco dias a década após a morte, inesperada, do Dino, do White. Era a minha última semana em Moçambique, senti-a também como um malvado epílogo.
Os especialistas falarão da sua obra - alguns estão hoje a falar... Que haja leitores. Eu apenas deixo ligação, memória, do texto que nesses dias sobre ele balbuciei no "Canal de Moçambique". E lembro-me agora mesmo, em sorriso saudoso diante da triste coincidência, do tão difícil Eduardo a entrar-me restaurante adentro, barafustando comigo e com os nossos imensos convidados, mais de oitenta - a Inês fazia 40 anos -, a propósito de... nada, ladeado pelo atrapalhadíssimo sorriso do Jaime. "Estás a desatinar Eduardo!... Comigo não, pá!", respondi-lhe. E assim logo me deu as costas, seguindo a resmungar com o mundo alhures, o que lhe era nitidamente urgente. Até a um qualquer outro uísque que nos sentou juntos. Mas já não.
(O Eduardo White foi companhia no ma-schamba, e também para lá enviando alguns textos).