07
Jan25
Uma década após o atentado à Charlie Hebdo
jpt

O Pedro Correia lembra - no Delito De Opinião - que passa hoje exactamente uma década sobre o vil atentado à Charlie Hebdo...
E eu lembro-me disto: da extraordinária, pois fundamental, resposta do então primeiro-ministro britânico, o liberal Nick Clegg, a um energúmeno muçulmano, que a este propósito num programa radiofónico lhe dizia "sou contra os assassinatos mas a revista ofendia...". E Clegg disse-lhe, repito, o fundamental: "numa democracia não temos o direito a não ser ofendidos".
E lembro-me ainda de dois episódios lusos relacionados, de políticos portugueses indiferentes face ao fascismo islâmico. Pouco tempo depois, tantos de "Je Suis Charlie" empunhado, fui a uma sessão no Museu Bordalo Pinheiro. Cheia de público, debatendo a liberdade artística dos caricaturistas. No final - repito-me, pouco tempo depois do atentado - o moderador, o socialista Oliveira Martins concluiu (e ao lado de António e de Bandeira, que vergonhosamente se calaram...) que a caricatura tem como limites " a lei e o bom gosto". Há dias fui a um concerto na Gulbenkian, lá estava o socialista agora administrador da casa, acompanhado da "sua senhora". E do público tantos em mesuras para com ele. As pessoas são mesmo desprezíveis...
E lembro também o socialista socratista Vitalino Canas. Esse que antes, a propósito de outros caricaturistas, os dinamarqueses, os equivalera aos terroristas fascistas islâmicos. Dizendo-o em discurso em plena Assembleia da República. Quando o PS o propôs para o Tribunal Constitucional eu lembrei isso, a sua "compreensão" para com o fascismo assassino e a sua aversão à liberdade artística - já que ninguém por cá o fazia, pois as cartilhas dos "indignistas" esquerdalhos sobre o TC se restringiam a outras questões (contra um tipo que em 1984 escrevera um obscuro artigo académico contra a IVG ou outro que em 2011 resmungara numa aula contra o lóbi homossexual). Este meteu-me em tribunal, por causa disso...
E se sairmos hoje à rua, a perguntar às pessoas, decerto que imensos (do PS e não só, socratistas e outros), dirão que "sim, senhor, o respeitinho é muito bonito". Pelos muçulmanos fascistas. E por restante similar escumalha.






