28
Fev22
Uma manifestação diante da embaixada russa
jpt
Ontem houve uma manifestação em Lisboa diante da embaixada russa, convocada por seis partidos e que congregou gente variada - nisso incluindo ucranianos (e não só) residentes, que haviam estado numa outra manifestação no Terreiro do Paço.
Lá fui, acompanhando alguns velhos amigos - todos nós com parco historial nestas demonstrações. Ao fim de umas duas horas retirei-me, já algo exaurido com tamanha actividade física. E nessa via, ali à Rovisco Pais, na rectaguarda dos manifestantes, deparei-me com este núcleo do BE (que recordo através de foto encontrada em mural alheio), uma rapaziada de aspecto juvenil-rebelde polvilhada de um punhado de velhotes barbudos e vestes descuidadas, tal e qual eu (só que mais carecas).
Ao vê-los sorri, num murmurado "olha, estes afinal vieram!" - pois o BE não se associara à manifestação, porventura porque uma Mortágua já sumarizara a posição do partido: é duvidoso que o governo ucraniano tenha apoio popular, está cheio de neonazis e é corrupto, deixando assim implícito que será descabido o suporte a uma autonomia soberana que o sustente. Mas ainda assim, e pelos vistos in extremis, os activistas do BE lá avançaram, pintalgaram um pano com um símbolo do partido com as cores da bandeira dos tais neonazis, e uns dizeres alusivos.
Nas cercanias do tal destacamento encontrei uma queridíssima amiga, a qual não via há alguns meses (vale a pena ir às manifestações, comprovei isso). Logo ficámos de conversa, projectando o nosso futuro comum. E nesse sorridente entretanto melhor atentei nos tais dizeres bloquísticos, ali nada ondulantes na calmaria.
E logo me ocorreu que quando daqui a algum tempo, mais ano ou menos ano, os EUA voltarem a pôr a tropa na poça, estes hipócritas comunistóides sairão à rua, convocando eles próprias as manifestações e abancarão na primeira fila com dísticos de "abaixo o imperalismo". Sem sentirem a urgência de a este pluralizar nem de aludir a outras malevolências...